Por anos as mulheres viveram às sombras dos homens, sem terem os mesmos direitos e voz na sociedade. Para se ter uma ideia, apenas em 1934 elas tiveram reconhecido o direito ao voto pelo governo de Getúlio Vargas. Há milhares de anos o sistema androcêntrico (centrado no homem) foi — e ainda é — dominante.
Mas, quando o homem começou a exercer poder, dominar a mulher e demais espécies? Só podemos especular o momento, pois esta data é incerta; examinemos.
Os primórdios humanos foram de relativa harmonia. Os caçadores-coletores se apoiavam mutuamente. Enquanto os homens saiam em bandos para a caça, as mulheres coletavam plantas silvestres, raízes e frutos, além de cuidarem dos filhos em suas “residências” provisórias. Não havia posses e a estrutura poligâmica imperava, sendo assim, não se sabia quem era o pai das crianças geradas e isso fazia com que todos cuidassem de todos igualmente.
Entretanto, há cerca de 10.000 anos ocorreu uma revolução. Os homens começaram a espalhar sementes, regar plantas e conduzir ovelhas a pastos escolhidos. Foi uma revolução na forma que os humanos viviam — a revolução agrícola. Começou assim o conceito de propriedade privada, em vez de comunitária como anteriormente. Neste novo sistema os homens passaram a dar grande importância aos bens e posses, que seriam entregues aos filhos através da herança. Estes mesmos homens controlaram a sexualidade e a procriação das mulheres, e também fizeram com que elas não tivessem direito a nenhuma propriedade, as quais eram transmitidas dos pais para os filhos.
Diante do enunciado acima, percebemos a importância da emancipação feminina, pois a sociedade há milhares de anos vem sendo controlada pelo homem de forma totalitária, que utiliza principalmente suas duas maiores capacidades: a força e a razão. A força excessiva gera escravização e o uso exclusivo da razão — excluindo-se as emoções — leva a um domínio apático, narcísico e insensível.
Concluo a reflexão acima sugerindo que: as habilidades sociais e emocionais das mulheres, desenvolvidas ao longo de milhões de anos, são fundamentais em nossos tempos, pois o domínio polarizado do homem levou a sociedade à beira do colapso: com guerras, escravidão, desigualdades sociais e extinção de espécies.
O equilíbrio do masculino com o feminino na cultura, sociedade e psique, poderá nos levar a um futuro mais justo, amoroso e fraternal, como de fato deveria ser, já que somos todos da mesma espécie.
— Alessander Raker Stehling
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