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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

A importância do amor e cuidado parental na formação da moralidade infantil segundo Winnicott

Atualizado: 8 de ago. de 2023

Estava navegando na internet e vi uma notícia que me chamou a atenção. Um assassinato bárbaro e covarde, que me deixou profundamente incomodado. Fui logo nos comentários, para ler a opinião da população. Alguns tinham mais curtidas que os outros, estes eram: “Isso é falta de Deus.”, “O mundo tá na mão do iníquo, tá na Bíblia.”, “Onde esse mundo vai parar, falta muita bondade e amor no ser humano.”, andei pensando em tudo aquilo que li.


“O que leva um ser humano a cometer um crime desses, tão bárbaro, sem sentido e covarde?”, pensei. “Talvez esse cara seja um psicopata, estes são 2% da população mundial, por outro lado, quem sabe o ambiente familiar desse indivíduo na infância não foi caótico?”, também existe essa possibilidade, raciocinei. Lembrei logo de D. W. Winnicott (1896–1971) e suas teorias sobre o desenvolvimento humano.


Winnicott fala sobre o ambiente facilitador, ou seja, aquele que oferece as condições necessárias para o crescimento do indivíduo de forma saudável. É nesse ambiente — que os pais criaram — que a criança terá suas primeiras experiências, que serão integradas em sua mente, formando posteriormente sua personalidade.


A moralidade (conjunto de valores importantes para as relações sociais) do bebê começa a se desenvolver bem cedo. Em dado momento de sua vida, no bebê começam a aflorar impulsos agressivos. Os pais precisam sustentar tal situação por um tempo sem repreender severamente o bebê ou criança. Se assim fizerem, a criança terá neles um exemplo de amor e bondade; ela fica brava, morde, briga, mas eles mantêm a postura firme, educada, gentil e amorosa. A criança acaba (por imitação) percebendo que fez algo de errado e, desenvolve em si sentimentos de culpa e responsabilidade. Exemplifiquemos: A criança ao bater na mãe e percebê-la chorando (mesmo que de brincadeira), com o tempo se sentirá mal pelo que fez e começará a tentar reparar o mal que fez, dando inclusive presentes a mãe e pedindo desculpas.


Outro componente da moralidade é a bondade. Essa também é aprendida bem cedo na infância, quando os pais cuidam do bebê a partir das necessidades dele. Isso parece simples, mas veja que, muitos pais não respeitam as necessidades dos filhos, impondo seus desejos e vontades sobre as da criança, agindo assim acabam destruindo o senso de respeito e bondade dos pequeninos. Por outro lado, pais respeitosos e amorosos, que identificam as necessidades dos filhos e as atendem, desenvolvem neles sentimentos de bondade, respeito e segurança, que serão levados para toda a vida.


Veja que todas essas conquistas (arrependimento, reparação e bondade) são plantadas bem cedo, nos estágios primitivos de amadurecimento infantil. É através dos cuidados amorosos dos pais que a criança aprende a se portar no mundo e não através da educação moral (religião, instituições, vida). Na verdade, o ensino religioso ou moral terá efeito zero caso a criança não tenha internalizado tais valores através do exemplo dos pais.


Notamos que muitos crimes (não todos) poderiam ser evitados caso os pais tivessem cuidado melhor dos seus filhos na infância. Após discutirmos amplamente, chegamos à conclusão de que o afeto e cuidado dos pais para com os filhos deixam impressões duradouras em suas vidas, que não podem ser igualadas por nenhum outro método de educação ou ensino.


“… há mais para se ganhar do amor do que da educação.” — D. W. Winnicott


— Alessander Raker Stehling

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“… há mais para se ganhar do amor do que da educação.” D. W. Winnicott
“… há mais para se ganhar do amor do que da educação.” D. W. Winnicott
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