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A Teoria das Pulsões de Freud: uma Análise Completa

Atualizado: há 7 dias

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, revolucionou a compreensão da mente humana ao introduzir o conceito de pulsões em sua teoria. Para Freud, as pulsões são as forças motrizes por trás de todo comportamento humano. Neste artigo, exploraremos o significado das pulsões na psicanálise freudiana e seu papel na compreensão do funcionamento da mente humana.


⚫ A Natureza das Pulsões


Freud usou a palavra “pulsão”, derivada do termo alemão “trieb”, para se referir a necessidades biológicas com representações psicológicas que precisam ser descarregadas. No caso da sede, por exemplo, a necessidade biológica — de manter os níveis de hidratação adequados — é representada pela sensação de secura na boca e na garganta. Essa sensação é um sinal de que o corpo precisa de água. Quando bebemos água, a sensação de secura é reduzida e a necessidade biológica é satisfeita. É crucial distinguir a pulsão do conceito de “instinto” que se refere a padrões de comportamento fixos e hereditários em animais. A pulsão é uma exigência de trabalho que visa a conservação e o alívio das tensões.


⚫ Origens Filosóficas


Freud não foi o primeiro a abordar o conceito de pulsão. Ele se inspirou em filósofos como Immanuel Kant, Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche. Kant usou o termo “trieb” em vários contextos, referindo-se a uma força interna que impulsiona o indivíduo a agir. Kant discutiu o conceito de “Bildungstrieb” uma força que impulsiona o desenvolvimento do organismo de acordo com seu próprio fim. Essas influências filosóficas moldaram o conceito de pulsão de Freud.


⚫ Pulsões do Eu e Pulsões Sexuais


Inicialmente, em seus textos “Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade” e “As pulsões e suas vicissitudes” (1905 e 1915), Freud categorizou as pulsões em duas principais categorias: as pulsões de autoconservação (Eu) e as pulsões sexuais. As pulsões de autoconservação estão relacionadas às necessidades essenciais para a sobrevivência individual, como a fome, enquanto as pulsões sexuais têm como objetivo a preservação da espécie.



⚫ Pulsões de Vida e de Morte


A teoria das pulsões evoluiu ao longo do tempo. Em 1920, Freud, em seu livro “Além do Princípio do Prazer” introduziu as pulsões de vida (Eros) e as pulsões de morte (Tânatos). As pulsões de vida são aquelas que buscam a preservação e a reprodução da vida. Elas incluem as pulsões de autoconservação, que visam manter o indivíduo vivo, e as pulsões sexuais, que visam a perpetuação da espécie. As pulsões de morte são aquelas que destinam-se a destruição e a desintegração do indivíduo e da espécie. Elas são forças que estão presentes em todos os seres vivos, e que podem se manifestar de diversas formas: através da agressividade, violência, autodestruição, etc.


⚫ Componentes das Pulsões


Freud identificou quatro componentes das pulsões:


✔️ Fonte: Representa os órgãos, partes do corpo ou zonas erógenas de onde os estímulos se originam.


✔️ Impulso: É a força que impulsiona o indivíduo a buscar a satisfação da pulsão.


✔️ Meta: É sempre a satisfação, que pode ser alcançada apenas pela supressão do estado de estimulação na fonte da pulsão.


✔️ Objeto: É aquele com o qual ou pelo qual a pulsão pode alcançar sua meta. O objeto pode ser uma pessoa, uma coisa ou uma atividade.


Cabe exemplificarmos com o ato de amamentação, na qual a FONTE da pulsão é a necessidade do organismo do bebê de ser nutrido, o IMPULSO é o incômodo interno gerado pela intensidade de sua fome, a META é saciar a fome para preservação da vida, já o OBJETO para o qual a pulsão é dirigida é o leite materno que emana do seio ou mamadeira.


⚫ Transformações das Pulsões


As pulsões também podem sofrer várias transformações de acordo com Freud.


✔️ A reversão no contrário: consiste em transformar o conteúdo da pulsão em seu oposto. Por exemplo, uma pessoa que sente raiva de alguém pode, em vez de expressar essa raiva diretamente, tornar-se excessivamente amável ou submissa.


✔️ O voltar-se contra a própria pessoa: consiste em dirigir a pulsão contra si mesmo. Por exemplo, uma pessoa que sente raiva de alguém pode, em vez de expressar essa raiva diretamente, tornar-se autodestrutiva ou autopunitiva.


✔️ A repressão: consiste em manter a pulsão inconsciente. Uma pulsão agressiva pode ficar reprimida por exemplo.


✔️ A sublimação: consiste em direcionar a pulsão para atividades socialmente aceitáveis. Uma pessoa que tem impulsos agressivos pode, em vez de se envolver em comportamentos violentos, tornar-se um atleta ou um artista marcial.


⚫ Conclusão


Neste artigo percebemos como Freud lançou as bases para compreensão dos comportamentos humanos. Através do estudo das pulsões (Trieb) entendemos que os seres humanos se movem basicamente para satisfação de suas necessidades ligadas à preservação de si mesmos e da espécie. Sendo, todas as outras necessidades (segurança, sociais, estima, autorrealização) derivadas destas duas apresentadas por Freud. Diga-se de passagem, o grande gênio do estudo psicológico humano.


Agradeço sua atenção. Um forte abraço.


— Alessander Raker Stehling

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“A pulsão nos aparece como o representante psíquico dos estímulos oriundos do interior do corpo.” - Frase de Freud sobre as Pulsões
“A pulsão nos aparece como o representante psíquico dos estímulos oriundos do interior do corpo.” - Frase de Freud sobre as Pulsões
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