Ana, uma paciente em busca de ajuda para lidar com ataques de pânico, iniciou suas sessões de terapia com recordações fluindo bem, mas encontrou resistências ao explorar sua infância. A terapeuta Flávia, atenta às barreiras emocionais, criou um ambiente acolhedor para incentivar Ana a compartilhar suas lembranças "esquecidas".
Contrariando as expectativas, Ana respondeu com raiva e hostilidade, revelando transferências emocionais que se manifestavam como conflitos na terapia. Ela passou a ofender a sua terapeuta e brigar com ela durante as sessões, dizendo: "Você é igual a todas as outras pessoas, já já vai me expulsar daqui e me largar pra lá. Aposto que já tá pensando na hora que eu sair daqui." Flávia, consciente da natureza dessas transferências, reconheceu que Ana estava atuando repetidamente os sentimentos não expressos de sua infância, tornando-os uma resistência ao processo terapêutico.
A terapeuta, demonstrando paciência e coragem, enfrentou esse desafio, permitindo que Ana, aos poucos, superasse suas resistências expressas nas transferências. Com o tempo, Ana recordou episódios marcantes de sua infância, dentre estes, momentos em que seu pai chegava alcoolizado em casa e da depressão de sua mãe. Ela percebeu que se sentiu extremamente ansiosa e abandonada em sua infância e que isso estava conectado diretamente com seus ataques de pânico. Revelou-se assim a origem de sua ansiedade e sentimentos de abandono.
Ao se dedicar ao processo terapêutico com reflexão e estabelecimento de conexões, Ana preencheu lacunas em sua recordação. A presença constante e o apoio de Flávia foram essenciais para ajudá-la a organizar sua história e trabalhar suas emoções dolorosas, permitindo a integração consciente das lembranças aflitivas.
Ana alcançou uma transformação significativa, aprendendo a lidar com a ansiedade sem recorrer a ataques de pânico ou fugas no álcool. Adquiriu maturidade emocional, evitando reações impulsivas e enfrentando o sentimento de abandono com mais resiliência. Sua jornada terapêutica culminou na conquista da solitude, marcando o sucesso do processo, que, por fim, lhe permitiu fazer as pazes com o seu passado doloroso. Hoje ela é uma pessoa mais consciente, integrada e feliz.
— Alessander Raker Stehling
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