Já dizia o grande filósofo Arthur Schopenhauer: “Pensamos raras vezes no que temos, mas sempre no que nos falta.”
E não é que é assim mesmo? Olhe para o lado e perceba inúmeras pessoas que estão sempre insatisfeitas e reclamando. “Não tenho nada para assistir”, disse o assinante da Netflix com mais de 3000 opções de filmes e séries para ver. “Preciso de roupas novas”, disse a mulher com inúmeras peças embrulhadas em sacos plásticos, intactas, que nunca viram a luz do sol. “Preciso desse acessório na minha cozinha”, disse a pessoa ao ver um vídeo demonstrativo da Shopee.
A insatisfação é inerente ao ser humano, e não está ligada apenas a objetos, mas se reflete em todas as esferas da vida. Quando crianças, desejamos ser adultos e sair da casa dos pais em busca de maior liberdade, já quando adultos, sentimos a falta deles que se foram na morte. Vivemos arrependidos, infelizes, e muitas vezes, nos culpando de coisas que poderíamos ter feito, mas não fizemos.
Mas por que estamos tão insatisfeitos e infelizes com o que temos, e desejando o que não temos? Muitas vezes, isso ocorre porque negamos viver a realidade transitória da vida: ansiamos uma felicidade duradoura, a liberdade que virá, o amor que romantizamos desde a infância, o emprego dos sonhos... pensamos tanto lá na frente, no prazer indescritível que “vamos” ter, que não usufruímos o presente, o que já está diante de nós — acabamos assim sendo ingratos e infelizes com o que possuímos.
Para a grande maioria das pessoas, as únicas coisas que existem no mundo são os desejos. Desejam o que não possuem — uma pessoa ou coisa — e quando passam a ter, se cansam e querem outra.
Este talvez seja um dos maiores desafios da atual sociedade guiada pelo desejo e consumo: viver em paz com o momento presente, aceitando as coisas boas e ruins da vida.
— Alessander Raker Stehling
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