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Autoconhecimento e Infância: Como Jung Nos Ensina a Encontrar Propósito nas Memórias de Criança

Foto do escritor: Alessander Raker StehlingAlessander Raker Stehling

O que fazia seus olhos brilharem na infância? O que te fazia mergulhar tão profundamente que nada mais importava?


Deixe-me começar.


Eu, com uns cinco anos, adorava deitar na cama grande da minha mãe e ouvi-la contar contos de fadas. Os Três Porquinhos, João e o Pé de Feijão, João e Maria, A Galinha dos Ovos de Ouro… Ela lia, interpretava os personagens com vozes diferentes, colocava emoção em cada palavra. E eu? Eu me transportava para aqueles mundos, como se estivesse vivendo cada história. Era mágico.


Mais tarde, quando meu pai deu um videogame para mim e meu irmão, eu gostava de vê-lo jogar. Mas não só isso. Como os diálogos dos jogos eram em inglês, eu ficava ao lado dele com um dicionário na mão, traduzindo tudo. Fascinava-me entender aquelas palavras e facilitar o jogo para ele. Eu me sentia útil, parte daquela aventura.


Depois, aos dez anos, fui internado às pressas para uma cirurgia de apendicite. Meu caso foi grave, quase supurou, e precisei ficar quinze dias no hospital. Para não me entediar, meu pai, sempre que me visitava, trazia gibis da Turma da Mônica. Eu ria alto lendo as histórias do Cebolinha trocando os “R” pelos “L”, da Mônica com seu coelhinho Sansão, do Cascão fugindo da água e da Magali devorando tudo que via pela frente. Mesmo ali, preso a uma cama de hospital, eu me perdia naquelas histórias e, por um instante, esquecia a dor.


Se eu olhar para trás, posso resumir algumas das experiências mais marcantes da minha infância assim: ouvir contos de fadas repletos de emoção, traduzir do inglês para o português para ajudar meu irmão e ler gibis e narrativas diversas.



E o que eu faço hoje?


Ouço pacientes como terapeuta, escutando suas histórias com a mesma curiosidade e empatia com que ouvia os contos de fadas da minha mãe. Escrevo de forma clara, traduzindo conceitos complexos para algo mais acessível — assim como fazia com os diálogos dos jogos do meu irmão. E leio todos os dias, porque a paixão pelas histórias — como as que meu pai me dava para ler — nunca me deixou.


Consegue perceber a conexão? Aquilo que me fascinava na infância continua vivo em mim, só que em uma forma amadurecida. E, basicamente, é isso que Jung quis dizer:


“O que você fazia quando criança que as horas passavam como se fossem minutos? É aí que está a chave para a sua vida.”


Agora, me fale de você. O que te fazia esquecer do tempo quando era criança? Você gostava de desenhar, criar histórias, explorar o quintal, brincar de montar coisas, resolver enigmas? O que te fazia feliz sem esforço, sem obrigação, apenas pelo puro prazer de existir?


Resgatar essas memórias não é um exercício nostálgico sem propósito. É um caminho de volta para a sua essência. Muitas vezes, a vida adulta nos arrasta para um ritmo frenético, nos enche de responsabilidades e nos faz esquecer quem realmente somos. Mas a verdade é que a criança que fomos ainda mora dentro de nós. E ela sabe o que nos faz sentir vivos.


Se, na infância, você adorava desenhar, por que não retomar isso agora? Se amava inventar histórias, quem sabe escrever um livro? Se passava horas desmontando e remontando objetos, talvez sua vocação esteja na engenharia, na criação, na inovação.


A chave para uma vida mais autêntica e significativa está bem aí, nas memórias da sua infância. Elas não desapareceram — apenas se esconderam sob o peso das obrigações, esperando pacientemente que você as reencontre.


Escute-as. Deixe que te guiem de volta para aquilo que fazia seus olhos brilharem, para os momentos em que o tempo simplesmente deixava de existir. Resgate o que um dia fez seu coração vibrar, o que te fazia sentir completo sem esforço, sem cobranças.


Porque, no fundo, aquela criança que você foi nunca se perdeu. Ela ainda está aí, dentro de você, esperando que, em meio ao barulho do mundo, você finalmente pare, olhe para dentro e a escute.


— Alessander Raker Stehling

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“O que você fazia quando criança que as horas passavam como se fossem minutos?  É aí que está a chave para a sua vida.” Frase Jung
“O que você fazia quando criança que as horas passavam como se fossem minutos? É aí que está a chave para a sua vida.” Frase Jung

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