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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

“Brain Rot”: A Palavra do Ano de 2024 e o Impacto da Cultura Digital em Nossas Vidas

Você sabe qual palavra foi escolhida como a “palavra do ano” de 2024 pelo Dicionário de Oxford? Pois bem, sente-se e prepare-se para a surpresa. Imagino que você vai rir, mas de nervoso. Bora lá.


Todo ano, o Dicionário de Oxford abre votação para as pessoas escolherem uma palavra que represente aquele período. Em 2023, a campeã foi “rizz” — uma gíria que virou febre nas redes sociais e significa algo como “carisma” ou a habilidade de atrair e encantar, especialmente em contextos românticos.


Já em 2024, a palavra escolhida foi “Brain Rot”. Antes que você imagine um prato de sushi delicioso, deixe-me esclarecer. Brain Rot, ou “mente apodrecida”, é um termo que se refere ao consumo exagerado de conteúdos de baixa qualidade na internet — sabe aqueles vídeos curtos que vão de dancinhas a gatinhos, passando por coreografias ridículas e piadas sem graça? Pois é, estamos falando disso.


Curiosamente, o termo tem raízes históricas. Ele foi cunhado em 1854 por Henry David Thoreau no clássico Walden, onde o autor criticava o abandono de ideias complexas em favor das mais simples. Se Thoreau ressuscitasse hoje, ele provavelmente ficaria perplexo ao ver como substituímos discussões profundas por memes e vídeos aleatórios de sete segundos.


Agora, sejamos honestos: quem não gosta de um vídeo bobinho de vez em quando? Um gatinho tentando se enfiar em uma caixa minúscula, um bebê gargalhando sem motivo ou um adolescente fazendo algo absurdamente engraçado dentro do supermercado. Esses momentos de descontração têm seu valor — ajudam a aliviar a tensão de um dia estressante e, às vezes, são a pausa que precisamos para respirar e continuar.



Mas o problema começa quando isso vira a norma. Você abre o celular para assistir “só um vídeo” e, quando percebe, duas horas já se passaram. Enquanto isso, sua lista de tarefas segue intocada, e aquele alívio inicial logo é substituído por uma angústia. Pior: quanto mais você consome, mais difícil fica parar. Sente isso também?


Mas a ciência explica. Esse excesso de “besteiras” pode ter efeitos reais no cérebro. Estudos mostram que o consumo constante de vídeos curtos e altamente estimulantes desregula o sistema de recompensa do nosso cérebro, aumentando os níveis de dopamina e criando um vício por gratificações instantâneas. Resultado? Dificuldade de concentração, impaciência e uma sensação constante de insatisfação.


E não para por aí: o hábito de rolar infinitamente nas redes sociais também prejudica o sono. A luz azul da tela confunde o cérebro, dificultando a produção de melatonina, e o excesso de informação mantém sua mente em alerta, mesmo quando você tenta relaxar — pra quem já é ansioso, isso é um problemão.


Diante disso, muitas pessoas estão aderindo ao famoso detox digital. A ideia é simples: reservar momentos do dia para desconectar-se do celular e reconectar-se com o mundo real. Vale desligar o telefone, sair para caminhar, ler um livro ou até mesmo encarar o bom e velho tédio — sabia que o ócio pode estimular a criatividade?


Os ganhos são notáveis. Ao se desconectar, você descobre que consegue se concentrar melhor, dormir mais profundamente e até resgatar o prazer em atividades que havia deixado de lado, como conversar sem olhar para uma tela ou simplesmente contemplar o silêncio. Além disso, o tempo “recuperado” pode ser usado para coisas realmente significativas, como aprender algo novo, ir na academia, ou simplesmente cuidar de si mesmo.


E aí, que tal dar uma pausa na rolagem infinita e experimentar um pouquinho de detox digital? Sua mente — e seu corpo — vão agradecer.


E me diga, seu cérebro está fazendo “musculação” ou só “acumulando gordura”? Pense nisso antes de dar o próximo scroll.


— Alessander Raker Stehling

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“Não há nada mais assustador que a ignorância em ação.” - Frase Goethe
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