Não há sensação mais gostosa do que mandar aquela pessoa inconveniente tomar no #@ ou para PQP. Já experimentou esse prazer? Vou te dizer, é um dos melhores que a vida pode proporcionar, viu. Freud explica? É óbvio que sim.
Ele sugere que a gratificação de um impulso instintivo não domesticado, ou seja, não filtrado pela consciência ou moralidade, pode gerar uma sensação de felicidade incomparavelmente mais intensa do que a satisfação de um impulso que foi submetido ao controle do ego.
Aplicando essa ideia ao exemplo do início deste texto, podemos entender por que isso pode ser tão satisfatório. Ao soltarmos um palavrão naquele momento de “puro ódio”, estamos cedendo a um impulso primitivo, não filtrado pelas normas sociais ou preocupações éticas. A sensação de liberdade e poder que acompanha esse ato pode ser extremamente gratificante.
No entanto, vale ressaltar que Freud também reconhece a existência de um processo de domesticação dos instintos. À medida que amadurecemos e nos desenvolvemos, aprendemos a canalizar esses impulsos de uma maneira socialmente aceitável — o que Freud chama de sublimação. Isso é essencial para o funcionamento harmonioso da sociedade e para o desenvolvimento saudável do indivíduo — o que obviamente nos deixa mais infelizes.
E por que reagir impulsivamente é tão gostoso? Os impulsos não domesticados frequentemente carregam consigo uma energia crua e visceral, que pode ser experimentada como extremamente libertadora. É como se estivéssemos nos conectando diretamente com o nosso lado animal, sem as amarras da civilização.
No entanto, embora essa sensação de gratificação possa ser intensa e imediata, ela muitas vezes é seguida por consequências negativas. Expressar impulsivamente a raiva ou a frustração pode causar danos irreparáveis aos relacionamentos e à própria autoimagem. Além disso, ao ceder repetidamente a impulsos não domesticados, corremos o risco de nos tornarmos escravos de nossos próprios instintos, incapazes de exercer controle sobre nossas ações.
Creio que agora você compreendeu por que satisfazer seus impulsos selvagens é tão gostoso. Que sensação deliciosamente libertadora! O problema — talvez isso não seja um problema — é que vivemos em civilização, logo, precisamos de autocontrole e ponderação. “… mas isso nos faz mais felizes?”, “dãaaa é claro que não!”
Então, da próxima vez que sentir vontade de mandar alguém tomar no #@, por mais gostoso que isso seja, pense bem nas consequências, o preço a se pagar pode ser alto demais.
— Alessander Raker Stehling
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