Todos os dias tomamos muitas decisões: o que vou almoçar? Qual série irei assistir depois que essa acabar? O que vou vestir para a festa de aniversário mais a noite?... Gastamos muito tempo pensando e planejando nossos próximos passos, entretanto, muitas vezes não temos a mesma dedicação para pensarmos sobre nós mesmos, em refletir no que sentimos e por quê.
Fomos criados assim, as nossas expectativas eram quase sempre externas: num presente dos pais, numa viagem com os parentes, ou na nota da prova. Somados a isso, nos ensinaram a não sentir, a reprimir emoções, ou simplesmente ignorá-las. “Levanta filho, nem doeu” é o que nosso pai dizia — talvez com boa intenção — quando caiamos e íamos começar a chorar. “Se você der um pio na casa da tia Márcia, vai ver só quando chegar em casa.” dizia a mãe super “preocupada”, que não queria ter qualquer tipo de constrangimento com o filho.
Crescemos assim, incapazes de identificar e lidar com os sentimentos, tendo vergonha, medo ou culpa pelo que sentimos. O grande problema nisso é que, se não entendemos o que se passa conosco, também não entenderemos o que se passa com o outro. “Para de fazer drama amiga”, disse a pessoa que ouviu isso dos pais quando chorava. “Você é burro, não acerta nunca”, falou o pai, que repete para o filho o que ouvia na infância.
Quando negamos o que sentimos, fazemos uma análise superficial, mecânica e fria dos acontecimentos que ocorrem conosco e com as pessoas ao nosso redor. Talvez a amiga estivesse chorando por sentimentos dolorosos internos, ou o filho errando sempre devido ao sentimento de ansiedade. Em suma: nossas relações ficam empobrecidas quando reprimimos nossas emoções.
Conhecer a si mesmo, o que inclui adentrar em espaços não muito agradáveis do próprio íntimo (que normalmente estão ligados às emoções difíceis) é o primeiro passo para uma mudança profunda em nossa vida, e nas relações com outros seres humanos.
— Alessander Raker Stehling
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