Imagine que alguém te deixou muito bravo, você sente o "sangue ferver", está prestes a perder o controle e reagir ferozmente. Justo no momento em que você estava indo com toda a fúria pra cima desta pessoa, seu telefone toca: é a sua filhinha de 5 aninhos dizendo que te ama e que está com saudade de você. Naquele instante tudo muda, o céu cinza e nublado se transforma em azul límpido e radiante, em outras palavras, a sua raiva passou.
Acredito que você já passou por imprevistos que alteraram todo o seu estado mental negativo, e que te levaram a "esquecer" o que estava sentindo. Se sente que está "ficando pra baixo", talvez ligue a TV ou ouça uma música de que gosta. Se está preso em um engarrafamento, talvez converse pelo whatsapp com alguém de que gosta. Essas ações que tomamos no dia a dia são muito comuns, e tem o poder de alterar - mesmo que momentaneamente - o nosso humor.
Aprendemos, talvez inconscientemente, que prestar atenção em outras coisas, ao invés de ficar pensando ou sentindo uma emoção negativa, abre o caminho para novos estados mentais mais agradáveis.
No entanto, perceba que tais estratégias acima podem servir de fugas, caso as emoções negativas sejam recorrentes. Se você sempre ficar nervoso(a) quando alguém eleva um pouco a voz com você, algo em ti precisa de atenção. Se fica furioso diante de situações comuns do cotidiano, algo precisa ser compreendido.
Em todos esses casos, é interessante lançar um olhar profundo para o próprio íntimo. Ao prestar muita atenção nos próprios sentimentos negativos, sem julgamentos ou resistências, as coisas podem melhorar.
O que é raiva? Quando costumo senti-la? Quais comportamentos dos outros ativam minha raiva? O que costumo fazer para me acalmar? Ao investigar seus comportamentos e sentimentos, poderá descobrir como eles surgem e assim aprender a regulá-los mais sabiamente.
"Os sentimentos são como ondas: não podemos impedir que eles venham, mas podemos escolher quais vamos surfar."
- Alessander Raker Stehling
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