“Seu idiota! Burro! Cego!” Parece o início de um show de stand-up, mas é só mais um dia comum no trânsito. Quem nunca levou ou deu uma dessas enquanto tentava sobreviver ao caos urbano? A cena é clássica: você está dirigindo tranquilamente, até que alguém corta sua frente sem dar seta. O sangue ferve, a buzina é “espremida” até o talo, e as ofensas se tornam a língua oficial.
Vamos a um exemplo real: imagine você, saindo do trabalho, exausto, e um motorista distraído quase bate no seu carro. Não satisfeito, ainda te xinga. A indignação é instantânea. Antes que perceba, você está saindo do carro, indo até a janela do ofensor, pronto para o confronto. Palavras “gentis” são trocadas, talvez até um retrovisor pague o pato. E, você sabe bem, muitas situações similares a essa resultam em coisas muito piores.
Mas será que precisa ser assim?
Aqui entra nosso velho amigo Marco Aurélio, imperador estoico e mestre da calma em meio à tempestade. Ele nos sugere algo revolucionário (ao menos nos dias de hoje): “Não concebas as coisas segundo o critério daquele que se comporta com insolência contigo; pelo contrário, considera-as como são na realidade.”
Traduzindo para o português de hoje: quando alguém te xinga no trânsito, em vez de entrar no jogo dele, tente enxergar a situação pelo que realmente é. Será que ele está tendo um dia ruim? Talvez ele nem tenha te visto. E, sejamos sinceros, se ele te chamou de “idiota”, isso muda alguma coisa na sua vida? A verdade é que o xingamento diz mais sobre quem xinga do que sobre sua inteligência ao volante.
Então, da próxima vez que o trânsito te oferecer um convite para o octógono, respire fundo e pense: o que ganharei me rebaixando ao mesmo nível desse infeliz? Se a resposta for “um ataque de nervos e uma multa por dano ao patrimônio alheio”, talvez seja melhor seguir em frente e deixar que Marco Aurélio te guie em meio ao caos.
Afinal, no trânsito — e na vida —, manter a calma é a verdadeira vitória. E como diria nosso imperador favorito, a realidade é sempre mais importante do que as ofensas de um motorista pau no #%, infeliz e mal-humorado. É, talvez ele não teria dito isso, mas na época dele não existiam carros também, né?
— Alessander Raker Stehling
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