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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Como lidar com emoções negativas: a importância da maturidade emocional e da psicoterapia

Atualizado: 8 de ago. de 2023

“Cara, eu tô com um ódio tão grande daquele idiota, queria ver ele morto agora.”, esbravejou Paulo ao seu amigo. “Eu sou assim, quietinha, mas quando fico com raiva; putz, sai de baixo, eu viro bicho.”, confessou Bianca a sua amiga. “Eu morro de medo de gente, de sair, prefiro ficar em casa quietinha. O mundo é muito perigoso, né?!, afirmou Paula.


Já ouviu frases parecidas com as descritas acima? Creio que sim. Nestes exemplos temos algo em comum, a inabilidade em lidar com as emoções negativas, algo bastante comum para ser honesto. Você, que está lendo esse texto, lida bem com emoções como a raiva, ódio, medo, tristeza, inveja, ciúme, ansiedade, culpa, vergonha, frustração? São poucos os que tem a capacidade de reconhecer tais emoções em si e manipulá-las maduramente.


Geralmente as pessoas tomam dois caminhos quando o assunto são emoções negativas: a repressão, ou a descarga irrefletida. A repressão leva a explosões emocionais ou adoecimento, as descargas, ou projeções, levam as pessoas a problemas interpessoais (brigas desnecessárias, ofensas, agressões, e até a morte). Uma coisa é fato: aprender a lidar com as próprias emoções é essencial para a saúde individual e coletiva, no entanto, como dito acima, poucos são os que conseguem tal façanha. Logo surge a pergunta: por que é tão difícil lidar com emoções negativas? O que pode ser feito?


Se você tem dificuldades com as emoções negativas, saiba que não está sozinho(a). Donald Woods Winnicott (1896-1971) psicanalista e pediatra inglês, falou sobre esses “impulsos destrutivos” em sua teoria do desenvolvimento humano (amadurecimento).


É no estágio do concernimento que a criança começa a tomar consciência de seus impulsos destrutivos. Do seu poder, da sua capacidade de quebrar, bater e destruir. Se os pais ajudarem a criança a lidar com essas emoções, como parte natural da vida humana, ela conseguirá integrá-las como pertencentes a si. Com o tempo perceberá a si mesma como um ser ambivalente e responsável, que ama, mas odeia, que abraça, mas bate. Requisito básico para a vida social madura.


O problema com as emoções negativas começa na infância. Um exemplo: a criança que ao ficar com raiva era censurada constantemente pelos pais, poderá achar que sentir raiva é ruim e, ao não lidar com essa raiva, tenderá na vida adulta a projetá-la involuntariamente nos outros (projetamos aquilo que é inaceitável para nós). Os pais precisam permitir que as crianças reconheçam suas emoções negativas e seu lado “destrutivo” sem punições severas ou ameaças extremas. A criança necessita entrar em contato com tais emoções estressantes (normais a todos os seres), só assim aprenderá a lidar com o medo, raiva, ódio, agressividade, frustração, etc.


Sem esse contato com as emoções negativas, a criança, na vida adulta, usará os mesmos mecanismos que construiu na infância para lidar com elas (repressões, projeções, etc.). O que poderá ser disfuncional ou inadequado. No entanto, caso o ambiente seja seguro (suficientemente bom), a criança poderá se arriscar e brincar mais, construindo em si ferramentas para lidar não apenas com as emoções negativas, mas com diversas situações do cotidiano.


Infelizmente estamos cheios de adultos e crianças imaturos emocionalmente (talvez sejamos também). O melhor a se fazer é buscar uma psicoterapia — ao invés de explodir com os outros ou consigo. No ambiente terapêutico é criado um espaço onde podemos externar nossas emoções de formas seguras e, ao entrarmos em contato com elas aprendemos a como autorregulá-las de maneiras saudáveis e responsáveis.


Fazer terapia é um ato de amor, tanto por si, quanto pelos outros.


Um abraço.


— Alessander Raker Stehling

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Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil. - Aristóteles
Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil. - Aristóteles
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