“Felicidade, prazer e alegria”, essas são emoções positivas que todos almejamos, porém, quando o tema são as emoções negativas, como a tristeza, logo queremos fugir, evitar, ou mudar de assunto.
Obviamente a tristeza é uma emoção que nenhum de nós desejamos, contudo, não podemos evitá-la para sempre, em diversos momentos — por mais que dela fujamos — ela nos “pega de jeito”.
Diante disso surge a pergunta: qual é o papel da tristeza? Para que ela serve? O doutor Leonard Mlodinow diz que ela cumpre duas funções.
Todos conseguimos perceber uma expressão de tristeza: os olhos ficam baixos, as pálpebras e sobrancelhas também, e os lábios espremidos. Ver alguém assim toca nosso coração, e se a pessoa estiver chorando ou pedindo ajuda, ficamos mais comovidos ainda. É quase impossível ignorar alguém nestas condições, pois somos uma espécie social. A tristeza, no contexto acima, cumpre uma importante função: sinalizar que precisamos de ajuda, ou nos motivar a ajudar alguém.
Outro importante papel da tristeza é promover mudanças profundas em nossos pensamentos e comportamentos. Imagine um filho mimado que teve sempre tudo na mão sendo servido por sua mãe. Um belo dia ela falece, e ele entra em uma tristeza profunda, um luto. A mente desse filho estava em paz, ele vivia num “mundo paralelo”, não via problemas no presente e na vida, mas agora o seu futuro foi ameaçado. A tristeza o levará a “cair de cabeça na realidade”. Se antes ele vivia no mundo dos sonhos sendo servido como um “pequeno príncipe”, agora forçosamente perceberá que está sozinho. Sua mente “vira a chave” e ele agora passa a reavaliar todas as suas estratégias de sobrevivência. A tristeza, neste contexto, mostra-nos que algo foi perdido ou mudou, que os antigos objetivos não podem mais ser mantidos ou alcançados, em suma: que algo precisa mudar, uma vez que, nossa existência foi ameaçada.
Por mais que a nossa mente tenha sido programada pela natureza para buscar as emoções positivas, percebemos que as emoções negativas, como a tristeza, cumprem um importante papel para a nossa sobrevivência.
A natureza é perfeita
- Alessander Raker Stehling
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