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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Como sair de um relacionamento abusivo: Um exemplo clássico de relacionamento abusivo

Atualizado: 21 de nov. de 2023


Maria Clara sempre sonhou em encontrar o amor da sua vida. Ela era uma jovem romântica que amava desenhar corações em seus cadernos de escola, escrever frases de amor em seus diários e recitar seus lindos poemas apaixonados. No entanto, ela logo descobriria da pior forma que o "amor" não era bem o que sonhava ser.


Clarinha, como era chamada, conheceu seu primeiro namorado aos 16 anos. Ricardo era um homem bonito, charmoso e atencioso, e ela se apaixonou perdidamente por ele. No entanto, o relacionamento logo se tornou abusivo. Ricardo era extremamente controlador, ciumento e possessivo, e ele frequentemente a machucava fisicamente e emocionalmente, chamando-a de nomes humilhantes e baixos. Maria Clara tentou inúmeras vezes sair dessa relação, inclusive uma vez ficou um mês "escondida" na casa de uma amiga, mas Ricardo sempre dava um jeito de aparecer com flores e presentes, convencendo-a de que ele a amava de verdade e que nunca mais a machucaria. Maria Clara, desesperadamente em busca de amor e acreditando nas promessas de mudança, voltava para ele repetidamente. O relacionamento persistiu nesse vai e vem por longos 15 anos, até que um belo dia ela descobriu que Ricardo tinha outra namorada, diversas amantes e inclusive relacionamentos com homens. Ela, desiludida com a vida, tentou se matar três vezes, porém felizmente falhou nesse objetivo. Hoje Clarinha não é tão jovem, ela com seus 52 anos desistiu do amor e vive na casa da mãe, sempre trancada em seu quarto e inúmeras vezes questionando o passado, sentindo que Deus a injustiçou, que foi vítima e não merecia passar por nada daquilo.


A história de Maria Clara é um exemplo clássico de como o ciclo do apego a relacionamentos abusivos pode se perpetuar por longos anos. No caso dela, crescer em um ambiente inseguro e estressante, vendo seu pai sempre alcoolizado batendo em sua mãe, moldou sua visão distorcida do amor, fazendo com que ela associasse a dor ao afeto. Essa conexão prejudicial a levou a permitir ser abusada por tantos anos e insistir em sua relação falida com seu ex-parceiro narcisista.


Por mais que Maria Clara insista em culpar a Deus pelo seu passado trágico, a ciência moderna tem dado boas explicações para os motivos disso ocorrer. Uma das explicações para a insistência a relacionamentos abusivos é a teoria do apego. Crianças que cresceram em ambientes de abuso e violência doméstica geralmente desenvolvem um estilo de apego inseguro ou desorganizado, onde aprendem que o amor está associado à dor e ao sofrimento. Essas experiências da infância podem influenciar profundamente as escolhas de relacionamento na vida adulta. Esse foi o caso da Maria Clara, apesar dela não se dar conta de nada disso.


Você deve estar se perguntando: mas e aí, como quebrar esse ciclo e sair desse modelo desgostoso de relacionamentos? Para todas as pessoas que enfrentam situações semelhantes, o primeiro passo é reconhecer que o problema existe, sair do papel de vítima, assumir a responsabilidade pela própria cura e investigar seus padrões comportamentais inconscientes, muitas vezes aprendidos na infância.


O segundo passo é buscar ajuda profissional. Psicoterapeutas especializados podem ajudar as vítimas a entenderem suas emoções e padrões comportamentais, bem como ajudá-las a desenvolver estratégias para modificar esses sistemas disfuncionais internalizados. É importante entender que a recuperação não é um processo fácil, mas é possível, com apoio adequado e a determinação de mudar.


Embora a história de Maria Clara seja triste, há esperança para todos os que enfrentam situações semelhantes. Reconhecer o problema e buscar ajuda são os primeiros passos para a recuperação e edificação de relacionamentos mais saudáveis e felizes. O amor verdadeiro é uma arte que pode ser aprendida e praticada por todos os que estão dispostos a se curar e construir vínculos emocionais profundos.


“O amor é a coisa mais importante da vida. Sem amor, a vida seria vazia e sem sentido.”


— Alessander Raker Stehling

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“Quem olha para fora sonha,  quem olha para dentro  desperta.” - Frase Carl Gustav Jung
“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.” - Frase Carl Gustav Jung
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