Você se lembra da última vez que se perdeu em um bom livro por horas a fio? Antigamente, um hábito tão comum e que hoje encontra-se abandonado. A vida moderna é assim, estamos sempre correndo, conectados, mas distantes dos pequenos prazeres de outrora.
A vida moderna nos “presenteou” com telas brilhantes que piscam incessantemente, roubando nossa atenção, nosso tempo e, muitas vezes, nossa alma. E, nesse ritmo frenético, esquecemos de algo essencial: o prazer de mergulhar em uma boa leitura.
Lembro-me de como, há não muito tempo, as pessoas encontravam refúgio nos livros. O prazer de entrar em uma biblioteca — alguém ainda vai a uma hoje em dia? — folhear diversas páginas, sentir o cheiro do papel — que delícia —, perder-se em histórias que nos levavam a mundos desconhecidos e, ao mesmo tempo, tão familiares. Ler não era apenas uma atividade, era uma experiência sensorial, uma viagem íntima que alimentava a mente e a alma.
Mas hoje, parece-me que isso se perdeu. O tempo que antes dedicávamos a um bom livro agora se dispersa em intermináveis rolagens de redes sociais, em vídeos curtos que prometem conteúdo, mas entregam superficialidade, em memes de gatinhos, dancinhas e outras besteiras — nada contra, mas não o tempo todo. Esquecemos do silêncio acolhedor que um livro nos oferece, da companhia sincera de personagens que, mesmo fictícios, nos tocam mais profundamente do que muitas das interações que temos no dia a dia.
Perdemos, junto com o hábito da leitura, os prazeres simples da vida. A brisa leve de uma tarde, o cheiro de café recém-passado, o riso espontâneo de uma criança brincando. Tudo parece tão distante agora, anestesiado pela constante necessidade de estar online, de estar a par do que acontece no mundo, mas alheio ao que acontece ao nosso redor.
E, assim, vamos nos afastando cada vez mais daquilo que realmente importa. A leitura, essa companheira silenciosa, nos ensinava a ser humanos. Nos lembrava da nossa vulnerabilidade, de nossas emoções, da nossa força, da nossa capacidade de amar, sofrer e, acima de tudo, de aprender com as nossas experiências.
O último livro que você leu ainda pulsa aí dentro de você? Se a resposta for não, talvez seja hora de desacelerar. Talvez seja hora de redescobrir os prazeres simples, de se reconectar com o que realmente importa. A vida não precisa ser uma corrida constante em direção a nada. Há beleza na pausa, há sabedoria no silêncio, e há um mundo inteiro esperando para ser descoberto... nas páginas de um bom livro ou em algum outro prazer simples que você goste.
Então, permita-se um momento de pausa, longe das distrações. Mergulhe em uma história, ou apenas contemple a simplicidade da vida ao seu redor. A verdadeira riqueza está nas pequenas coisas que nos fazem sentir vivos e que nos conectam ao que é essencialmente humano.
— Alessander Raker Stehling
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