As crianças questionam tudo, saber superficialmente não lhes basta, elas vão fundo e querem compreender os porquês de tudo. Tal curiosidade ilimitada parece ser uma característica humana inata, que por algum motivo fica ofuscada na vida adulta.
Agora adultos, desistimos de aprofundar em nossos questionamentos: por medo, fuga da realidade, preguiça, ou por achar isso idiota, assim como nossos pais muitas vezes nos fizeram acreditar. Como consequência da falta de questionamentos, entregamos nossas faculdades racionais aos outros — mídias, influenciadores, políticos, religiões — que agora pensam e decidem por nós.
Ao negarmos a reflexão sobre os nossos sentimentos e vida, aceitamos uma condição apática, que incide sobre a nossa carreira, nos relacionamentos que mantemos, e nas emoções que nos movem. Enfim, empobrecemos nossas experiências de ser e estar no mundo, agindo como robôs, levando a vida no “automático” e vivendo uma entediante repetição rotineira. Num sentido negativo da palavra, envelhecemos.
Somos a versão desatualizada, entediante e desinteressante da criança que outrora fomos.
— Alessander Raker Stehling
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