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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Dicas práticas para desenvolver o autocontrole emocional no dia a dia

Atualizado: 8 de ago. de 2023

“Já passei por muita coisa, fui muito maltratada na infância, e isso é injusto! Hoje eu não tô nem aí, taco logo o f#d@-se. Agora vou fazer o que eu quiser, e não me importo com as consequências. Se eu estiver feliz, tá tudo bem, os outros não são problema meu.” disse Anna Julia para a delegada, após ter sido presa por fazer um barraco em uma boate no centro da cidade.


Imagino que conheça alguém como a Anna Julia — talvez você seja como ela —, uma pessoa impulsiva, que possui baixo controle emocional. O que muitos desconhecem é que, essa deficiência de autocontrole pode estar ligada à parentalidade (cuidado dos pais na infância).


O que ocorre é o seguinte: desde o nascimento procuramos evitar o sofrimento. Ao virmos ao mundo, instintivamente buscamos o colo da mãe e o alimento (leite materno), temos logo de cara uma grande necessidade de segurança física, alimentação e conforto. Ao crescermos, outras necessidades surgirão — amor, aceitação, validação, etc. —, e é papel dos pais ajudar os filhos a lidar com essas necessidades.


As crianças recorrerão primeiro aos pais em busca de satisfação das suas necessidades, casos eles não as ajudem, elas tentarão resolver o problema por conta própria. Em casos extremos de negligência dos pais, as crianças poderão voltar aos esquemas comportamentais do início da vida, ou seja, buscarem comida, colo e segurança física, como formas de aplacar o sofrimento emocional interior.


Perceba que o autocontrole emocional pode estar ligado ao apoio dos pais na infância, contudo, existem outros elementos que contribuem para a dificuldade em se autocontrolar, são eles: ambiente inseguro, pais rígidos e mandões, pais excessivamente permissivos, pais emocionalmente distantes, pais com vícios (drogas, álcool, etc.), traumas na infância. Todos esses elementos poderão levar as crianças, agora adultas, a terem comportamentos impulsivos (dificuldades em regular as emoções).


Talvez tenha notado em si sinais de impulsividade e baixo autocontrole emocional, nestes casos você deverá conhecer e acolher a sua criança interior ferida, descobrir o que te perturba e os gatilhos que ativam seus comportamentos disfuncionais. Abaixo deixarei algumas estratégias que poderão te ajudar a se autocontrolar.


𝟭 - 𝗜𝗻𝘃𝗲𝘀𝘁𝗶𝗴𝘂𝗲 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗲 𝗳𝗮𝘇 𝗽𝗲𝗿𝗱𝗲𝗿 𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼𝗹𝗲 𝗱𝗲 𝘀𝗶. Houve alguma negligência na infância? Em qual(ais) momentos essa negligência ocorria? Quais são os gatilhos que ativam seus comportamentos disfuncionais hoje em dia?


𝟮 - 𝗙𝗮𝗰̧𝗮 𝗽𝗲𝗾𝘂𝗲𝗻𝗮𝘀 𝗽𝗮𝘂𝘀𝗮𝘀 𝗱𝘂𝗿𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝗲 𝗴𝗿𝗮𝘁𝗶𝗳𝗶𝗾𝘂𝗲-𝘀𝗲. Uma bala, um alongamento, um copo de água gelada, ou um pequeno descanso. Tais ações podem aliviar a tensão, e evitar que você perca o controle de si no dia a dia.


𝟯 - 𝗙𝗮𝗰̧𝗮 𝗺𝗲𝗱𝗶𝘁𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼. É importante ouvir e acolher a sua criança interior através da meditação. Passe um tempo de qualidade com ela, ouça-a, aceite que ela está chateada e magoada, prometa que cuidará dela, seja paciente, gentil, mas firme.


𝟰 - 𝗗𝗲𝘀𝗰𝘂𝗯𝗿𝗮 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗳𝘂𝗻𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘀𝗶 𝗾𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗮̃𝗼 𝗳𝘂𝗴𝗶𝗻𝗱𝗼 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗼𝗹𝗲. Enviar uma mensagem para um amigo lhe ajuda? Uma música calma funciona para que você se acalme? Ou quem sabe um lanche saudável te ajuda a recuperar o controle de si? Descubra o que funciona para você e use tais “ferramentas” antes que a situação chegue ao extremo.


𝟱 - 𝗘𝘅𝗲𝗿𝗰̧𝗮 𝗮 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗰𝗼𝗺𝗽𝗮𝗶𝘅𝗮̃𝗼. Não somos perfeitos e causamos muitos problemas quando tentamos ser. Aceite que em alguns momentos será impossível acalmar a criança interior negligenciada. Lembre-se que essa foi a forma que você aprendeu a lidar com as situações difíceis na infância. Pegue leve consigo mesma(o), tenha autocompaixão e continue cuidando de si. Em algum momento as coisas irão melhorar.


Concluímos que a impulsividade, ou seja, a dificuldade em se autocontrolar emocionalmente, pode estar diretamente ligada à infância. Se esta for a sua situação, siga as estratégias acima, e caso continue tendo dificuldades em superar esse cenário, não hesite em pedir ajuda a um psicoterapeuta profissional.


Um abraço.


— Alessander Raker Stehling

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