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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Do Telemarketing à Realização Profissional: Uma Jornada Sobre Trabalho e Propósito de Vida

“Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar!” — já dizia o icônico Sr. Madruga, da Turma do Chaves. Quando criança, eu ria dessa frase, mas não fazia ideia do que ela realmente significava. Afinal, trabalho, para mim, era brincar, jogar videogame e, no máximo, arrumar a cama sob protesto.


Aí veio a vida adulta e, com ela, meu primeiro emprego: cobrador em uma empresa de telemarketing. Na sala, uma frase motivacional estampada na parede me encarava todo santo dia, atribuída a Confúcio: “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida.” Confesso que bastava olhar para aquela merda para me deixar puto. “Quem esse arrombado desse Confúcio pensa que é?! Quero ver se ele ia aguentar uma semana como cobrador…” Afinal, ser cobrador era um trabalho ingrato — para não dizer outra coisa. Eu passava o dia ouvindo gente me mandando tomar no #$. E olha, hoje até entendo: quem é que gosta de ser cobrado?


Comecei a achar que o Sr. Madruga era mais sábio do que Confúcio. Trabalho, para mim, virou sinônimo de rotina chata: vestir o uniforme, pegar o busão lotado, encarar uma cadeira desconfortável, colocar o fone e torcer para que a pessoa do outro lado da linha fosse gente boa. Spoiler: a maioria era FDP. O único momento de alívio era o “SextouBB!”, quando todo mundo comemorava a chegada da sexta-feira, como se a vida começasse no sábado e terminasse no domingo à noite — eita lasqueira.



Hoje, com outro olhar, penso: será que o problema era o trabalho em si? Não exatamente. Hoje faço o que amo — atendo pacientes, leio, escrevo e me sinto reconhecido e valorizado. Mas sei que essa é a exceção, não a regra. A maioria rala muito e recebe pouco, enquanto seus esforços só servem para encher o bolso de alguém que muitas vezes os enxerga como números. Isso é revoltante.


E sabe o que realmente me tira do sério? Patrões que tratam funcionários como ferramentas descartáveis. Dá vontade de… melhor nem terminar a frase. Já cheguei a sonhar com um galpão cheio desses exploradores gananciosos e eu com um botão detonador na mão. Um pouco sádico, talvez. Mas, convenhamos, quem nunca teve vontade de explodir o sistema?


Brincadeiras (ou não) à parte, a realidade é que o problema não é trabalhar, e sim ser explorado. Trabalhar deveria ser algo digno, que respeitasse nossos limites e recompensasse justamente nossos esforços. A gente precisa de trabalho, mas também de vida — e, muitas vezes, parece que só temos um ou outro.


Então, no fim das contas, talvez nem o Sr. Madruga nem Confúcio estivessem totalmente certos. O ponto de equilíbrio é reconhecer que o trabalho é importante, mas nunca deveria ser uma sentença de morte.


Agora me diga: você é mais do time do Sr. Madruga ou do Confúcio? Ou será que tem sua própria filosofia sobre o que é o trabalho?


— Alessander Raker Stehling

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“Além de certos limites, o trabalho físico é uma tortura atroz e, com muita frequência, se levado ao extremo, torna a vida insuportável.”  - Frases Bertrand Russell
“Além de certos limites, o trabalho físico é uma tortura atroz e, com muita frequência, se levado ao extremo, torna a vida insuportável.” - Frases Bertrand Russell

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