Nosso cérebro tem uma habilidade incrível de reconhecer padrões e automatizar nossas respostas a eles. Pense na primeira vez que tentou andar de bicicleta — quedas e arranhões eram comuns. Porém, com o tempo, o equilíbrio se tornou natural. Mesmo após anos sem andar, o padrão de como pedalar permaneceu guardado, pronto para uso.
Essa habilidade, embora maravilhosa em muitos aspectos, pode se tornar um obstáculo quando nos apegamos a padrões disfuncionais, aqueles que não nos impulsionam para frente. É como estar preso em um ciclo repetitivo — tipo aquelas rodas de hamster — que nos causa infelicidade, mas que persistimos, dia após dia, temerosos do novo, do inexplorado.
Uma das coisas que nossa espécie mais sabe fazer é se adaptar, o que é legal, mas também pode ser negativo, por exemplo: quando a gente se acostuma com a dor de não viver plenamente, de não ser feliz. Isso normalmente ocorre porque o medo do desconhecido, de sair da zona de conforto, é maior.
Mas, sabe, às vezes chega um ponto em que essa dor de não viver direito, de não ser quem a gente gostaria de ser, se torna tão insuportável que ultrapassa o medo da mudança. Aí é quando a gente finalmente toma coragem e muda.
É como se o incômodo da situação atual nos empurrasse para fora desse ciclo vicioso, nos dando o impulso necessário para seguir em frente e buscar uma vida melhor. E é aí que a magia acontece, quando a gente enfrenta o medo e dá esse passo em direção ao desconhecido.
Isso me lembra uma frase do mestre Guimarães Rosa: “o que a vida quer da gente é coragem.” Creio eu que ele está muito certo nessa afirmação, afinal, é apenas quando nos arriscamos com coragem que realmente começamos a viver.
Então é isso que desejo a você. Coragem!
Um forte abraço
— Alessander Raker Stehling
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