Tava aqui pensando nas "Es". Ei, volte e leia de novo: eu disse "Es", não “Ex”. Dizem que: “Quem espera sempre alcança.” Aí lembro da minha linda mãe, dona Bernadete, que dizia assim: “Não espere nada de ninguém.” Clichê, né? Mas, na mesma linha da sabedoria popular, tem a clássica: “Não crie expectativas em relação às pessoas.” E, pra complicar ainda mais o bololô, aparece aquele otimista que solta: “Eu tenho esperança na humanidade!” Só pra outro trucar: “A esperança é a última que morre.” Confuso, né?
Agora você deve estar aí sem entender nada, pensando: “Alessander, dá pra decidir? É pra esperar ou não? Criar expectativa ou largar mão? E a tal esperança, deixo de lado ou cultivo?” Calma, respira. Vamos resolver isso com calma, analisando palavra por palavra.
1. Espera
Esperar é aquilo que você faz quando tem certeza de que algo vai acontecer. Tipo, o ônibus vai chegar (ainda que atrasado, como sempre) ou o motoboy com a pizza vai tocar a buzina em algum momento. É um fato, só exige paciência. Aqui, o ditado “quem espera sempre alcança” faz e não faz sentido, depende do contexto. Esperar a pizza? Ok. Esperar ganhar dinheiro sem esforço? Isso não! Já dizia o Julius, da série Todo Mundo Odeia o Cris: “Dinheiro não cai do céu.” É, esperar nesse caso não faz sentido.
2. Expectativa
Expectativa é diferente. É aquele território do “talvez”. Pode acontecer ou não. Tipo esperar uma promoção no trabalho porque você acha que merece — mas seu chefe, vish, tá pensando é em cortar gastos. Aqui, o ditado da minha mãe, “não espere nada de ninguém”, cai como uma luva. Menos expectativa, menos decepção.
Mas e a promoção? “Tô aguardando, uai.” Entendo. Melhor estipular um prazo ou até cobrar de leve. Se não sair, procure outro emprego. Ficar só na expectativa deixa a gente ansioso demais, você sabe.
3. Esperança
Ah, a esperança. Essa é ainda mais improvável que as outras duas. Tenho esperança de que um dia a corrupção acabe, ou esperança de ganhar na Mega da Virada — se bem que ganhar na Mega é até mais fácil que o fim da corrupção. Nesse caso, “a esperança é a última que morre” faz sentido, mas de forma negativa: a esperança fica, mas a gente morre antes.
Então, ter esperança é meio utópico e fantasioso. Em alguns contextos até pode fazer sentido, mas não sei se vale a pena cultivar muito. As chances de decepção são enooooooormes.
Então, o que a gente faz?
Simples: para, respira e analisa. Espera as coisas certas, mantém as expectativas realistas, com os dois pés no chão, sem ser passivo diante das situações, e cultiva esperança com cuidado, ciente de que o risco de decepção é grande. Outra coisa: esteja ciente de que a vida é cercada de contingências — de uma hora pra outra tudo pode acontecer, tanto pra melhor quanto pra pior. Esteja preparado para se surpreender. E, principalmente, viva.
Te deixei com medo? Relaxa. Vá viver.
E, antes que você me pergunte onde quero chegar com tudo isso, já vou logo avisando: não quero chegar em lugar nenhum. Tava aqui só divagando e resolvi escrever. Agora, se vai fazer sentido pra você, eu não sei, não crio expectativa — só espero que tenha curtido.
Um forte abraço! 😉
— Alessander Raker Stehling
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