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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Freud, Heráclito e Você: Está Evoluindo ou Apenas Envelhecendo?

Quem você era aos 20 anos? E quem é você hoje?


Deixe-me começar. Aos 20 anos, eu era um jovem rebelde, caminhando de coturnos e camisetas pretas, ouvindo grunge e death metal no volume máximo. Estudava análises clínicas, determinado a provar que não era “o mais burro da sala” — um rótulo que me perseguiu durante o ensino médio, onde minhas notas ruins me renderam apelidos cruéis. Minha relação com minha mãe era extremamente conturbada, e as emoções que eu não sabia nomear nem lidar me dominavam, conduzindo-me a um futuro sombrio.


E hoje? Hoje, sou alguém completamente diferente. Descobri a beleza da música clássica, encontro prazer na tranquilidade de um bom livro e em uma taça de vinho seco. Amo a natureza, o ser humano, a arte e aprendi a contemplar as pequenas coisas. Aquelas emoções que antes me consumiam, agora eu sei nomear, enfrentar e acolher. Mais do que isso: hoje, ajudo outras pessoas a se reconectarem com as próprias emoções.


Agora é sua vez: quando você compara quem é hoje com quem foi no passado, o que vê? Sente orgulho da pessoa que se tornou? Ou percebe que ainda carrega os mesmos hábitos, crenças e limitações, preso a uma versão antiga de si mesmo?


Heráclito dizia: “A única constante é a mudança.” Mas sejamos honestos: mudar não é fácil. Resistimos ao novo porque ele exige esforço, coragem e desconforto. Apegamo-nos ao que é familiar, mesmo quando isso nos machuca. Por quê? Porque o familiar é confortável — mesmo que seja uma prisão disfarçada de segurança.


Mas a verdade é simples: não dá para carregar as ferramentas limitadas da adolescência para a vida adulta. Crescer exige encarar as próprias feridas, questionar velhos padrões e enfrentar medos que nem sabíamos que tínhamos. É desconfortável? Muito. Mas também é libertador.


Pense na nostalgia que bate ao lembrar dos anos 90: brincadeiras de rua, filmes, músicas, momentos mágicos que aquecem o coração. Essas memórias nos trazem um misto de alegria e saudade, mas também uma verdade dura: tudo muda. Não adianta se agarrar ao passado. O mesmo vale para nossa evolução pessoal. Não dá para viver de memórias ou com uma versão de si que não se atualizou.



Agora, um convite à reflexão: você apenas envelheceu ou realmente evoluiu? Abandonou aquelas versões de si que já não fazem mais sentido? Ou ainda age como aquele adolescente impulsivo e irresponsável, dizendo “que se dane” para tudo e todos?


Cuidado com a armadilha da comparação. Hoje, com as redes sociais, é fácil cair nesse ciclo. Mas o foco deve estar em você. Avalie com honestidade sua versão de 20 anos atrás — ou de 5 anos atrás. Pergunte-se:


Eu mudei?

Evoluí?

Adquiri novos recursos emocionais e intelectuais?

Ou continuo preso aos mesmos ciclos, agindo como uma criança, esperando um salvador para evitar a responsabilidade de crescer?


Se, ao fazer essa análise, perceber que ainda está estagnado, não se envergonhe. Esse é o ponto de partida, não o fim. Mas não se acomode. Dizer “eu sou assim e pronto” é fugir da responsabilidade de crescer. Você não é uma estátua esculpida para sempre; você é um ser em constante transformação.


Então, questione. Investigue. Desapegue. Cresça. Evolua. Mas faça isso com gentileza. Não tenha vergonha de quem você foi, nem se torture com culpa ou críticas excessivas. Tenha autocompaixão, mas não tenha medo de virar tudo de cabeça para baixo, porque é no incômodo e no desconhecido que o crescimento acontece.


Estamos aqui para evoluir, para nos tornarmos versões melhores de nós mesmos. Então, pergunto: quando você olha para trás, o que percebe? Está evoluindo ou apenas envelhecendo?


— Alessander Raker Stehling

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“A única pessoa com quem você deve se comparar é com você mesmo no passado.” - Frase Freud
“A única pessoa com quem você deve se comparar é com você mesmo no passado.” - Frase Freud

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