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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

Goethe e a Formação do Bom Gosto: Uma Lição para a Era da Informação

Ontem, num barzinho, em meio a um grupo de pessoas, surgiu um papo inflamado, ligado a música, jogos, arte e vestimenta. De um lado, os que tinham por volta de 40 anos defendiam que, na sua época, as coisas eram melhores e mais bem feitas; do outro lado, os mais jovens defendiam que tinham mais liberdade, variedade e preferiam as produções atuais. Essa discussão rendeu pano pra manga.


Cheguei em casa refletindo na discussão da noite anterior. Como discriminar a boa arte da ruim? Quais parâmetros usar? Porque, na noite anterior, o bicho pegou, chegando ao ponto de brigarem, discutindo a qualidade entre sertanejo antigo e funk moderno. Lembrei logo de um dos homens com o maior bom gosto da história humana, o mestre Johann Goethe.


Goethe, em sua enorme sabedoria, afirma que o gosto não pode ser formado através das realizações medíocres, mas apenas por meio das que atingem a excelência. Ele me levou a considerar que a verdadeira apreciação artística e estética exige que nos exponhamos ao melhor que a humanidade produziu. A meu ver, isso não significa ignorar o novo ou rejeitar o que é popular, mas reconhecer que a excelência tem padrões universais que resistem ao tempo.


Pensei no que ele disse e concluí que: ao conhecermos as melhores obras criadas pelos humanos, aprendemos a distinguir o que é bom e o que não é. A experiência com o excelente refina nosso senso crítico, permitindo-nos apreciar a profundidade de uma sinfonia de Beethoven, a complexidade de uma pintura de Rembrandt ou a sutileza de uma peça de Shakespeare. Essas experiências nos ensinam a não sobrevalorizar o ruim, reconhecendo seu justo valor sem ceder ao mero gosto pessoal ou modismo passageiro.


“Mas isso não seria uma forma de elitismo?”, pensei. No passado, talvez, mas hoje, com o acesso à internet, creio que poderíamos chamar isso de “educação estética”.


Ao contrário do que muitos podem pensar, a exposição ao excelente não cria uma barreira entre o que é popular e o que é erudito, mas sim uma ponte. A partir do momento em que entendemos o que faz uma obra de arte ser grandiosa, podemos apreciar melhor as nuances do que é produzido hoje, sejam nas letras de um funk moderno ou na melodia de um sertanejo. Podemos então reconhecer a inovação, a expressão genuína e a habilidade técnica, ou a falta delas, em qualquer forma de arte.


Portanto, o verdadeiro desafio é educar nosso gosto, buscando sempre a excelência. Se mantivermos este ideal, conseguiremos não só valorizar o que é realmente bom — seja isso antigo ou novo —, mas também incentivar a produção de qualidade em todas as áreas da cultura. Goethe nos lembra que essa busca pela excelência é essencial para o desenvolvimento cultural e pessoal. Afinal, só podemos nos elevar ao patamar do extraordinário, digno da bela obra de arte que é o ser humano, se tivermos a coragem de abandonar a mediocridade.


“Em ciência leia sempre os livros mais novos. Em literatura, os mais velhos.” Millôr Fernandes


— Alessander Raker Stehling

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“Pois não se pode formar o gosto através das realizações medíocres, apenas por meio das que atingem a excelência.” Frases Goethe
“Pois não se pode formar o gosto através das realizações medíocres, apenas por meio das que atingem a excelência.” Frases Goethe

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