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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

O impacto das telas digitais no desenvolvimento infantil: o que a neurociência tem a dizer?

Atualizado: 8 de ago. de 2023

No ônibus, voltando de um dia exaustivo de trabalho, sem querer, ouvi duas senhoras - que estavam sentadas no banco da frente - conversando: “Celular é ótimo, mas não sei mexer quase nada no meu.” Uma delas falou. A outra respondeu: “Eu também não sei nada dessas tecnologias, mas minha netinha de 3 aninhos já sabe tudo. Ela liga o telefone sozinha e assiste à galinha pintadinha, acredita?! Ela é muito inteligente e esperta.” A outra senhora respondeu: “É, essa nova geração é muito inteligente...”


Muitos "pais modernos" julgam os filhos mais espertos por vê-los "destrinchando" aparelhos eletrônicos, mas não é isso que as recentes pesquisas neurocientíficas nos mostram. Segundo estudos recentes: testes de QI apontam que as novas gerações são menos inteligentes que as anteriores. São inúmeros estudos que confirmam isso, e o neurocientista Michel Desmurget tem várias explicações para esse fenômeno.


Segundo Desmurget, o efeito Flynn (aumento constante do índice de QI na população mundial) está se revertendo, ou seja, as atuais gerações são menos inteligentes que as anteriores. Ele argumenta que essa diminuição é multifatorial, entretanto, também diz: “mesmo que o tempo de tela de uma criança não seja o único culpado, vários estudos mostram que, quando o uso de televisão e videogame aumenta, o QI e o desenvolvimento cognitivo diminuem.”


Os alicerces da nossa inteligência são: linguagem, concentração, memória e cultura. Bases que são grandemente enfraquecidas pelo uso excessivo das telas digitais. De acordo com Desmurget: ⁠“As crianças precisam de palavras, sorrisos, abraços. Precisam se entediar, sonhar, brincar, imaginar, correr, tocar, mexer, que sejam lidos contos para elas. Olhar o mundo que as cerca, interagir. No coração destas necessidades, a tela é uma corrente de gelo que congela o desenvolvimento.”


O grande problema é que: os pais modernos, na ânsia de ficarem em paz e tranquilos, preferem empurrar nos filhos a televisão, o videogame, e o celular, ao invés de interagirem com eles.


“O problema com as telas é que elas alteram o desenvolvimento do cérebro de nossos filhos e o empobrecem” - Michel Desmurget


- Alessander Raker Stehling

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