Você se lembra de ter recebido educação emocional dos seus pais? O que quero dizer com educação emocional é o auxílio deles na identificação, compreensão e gerenciamento das suas emoções.
Imagino que você tenha respondido: “Não me lembro de ter recebido esse treco, não.” Entendo você. Eu também não recebi, e creio que nossos pais também não. Mas por que isso é importante? Vamos a alguns exemplos.
Imagine que você está irritado. Seu corpo dá sinais: respiração ofegante, músculos tensos, talvez até um aperto no peito. Mas, sem educação emocional, você não percebe que é raiva. Em vez disso, acredita que as pessoas ao seu redor estão te provocando de propósito. O resultado? Você explode, grita, arruma um barraco e se arrepende depois.
Agora pense na rejeição. Você manda uma mensagem para alguém e a pessoa demora a responder. Se não reconhece que está se sentindo rejeitado, pode imaginar que a outra pessoa não quer nada com você ou está te desprezando. Talvez mande uma mensagem desaforada ou até a bloqueie. Mas, quem sabe, ela esteja apenas ocupada com outra coisa no momento.
E a ansiedade? Você tem um compromisso importante e sente o coração acelerado, um nó no estômago, as mãos suando. Sem compreender o que sente, pode interpretar isso como um sinal de que não é bom o suficiente ou de que vai falhar. Em vez de usar técnicas para se acalmar, você paralisa ou se sabota — se encolhe debaixo da coberta enquanto o compromisso fica de lado.
Ou a carência. Você sente um vazio emocional e, sem entender isso, tenta preenchê-lo de qualquer jeito — com comida, compras, redes sociais ou se agarrando a relações que não te fazem bem. O problema é que nada disso resolve a questão real, apenas a disfarça por um tempo. Pior: você pode acabar se envolvendo com alguém abusivo devido à sua carência não reconhecida.
Por isso, é tão importante aprender a ouvir a si mesmo. Escutar a mensagem que vem de dentro. Quando conseguimos reconhecer nossas emoções, criamos um espaço interno para lidar com elas da melhor forma. Em vez de sermos reféns de reações automáticas, passamos a agir com mais consciência e equilíbrio.
A educação emocional nos ajuda a tomar decisões mais sábias, melhorar nossos relacionamentos e fortalecer nossa autoestima. Mas como conquistá-la? Um caminho fundamental é a terapia. Ter o apoio de alguém que entende de emoções e aprendeu a identificá-las pode nos ajudar a compreender melhor as nossas.
Além disso, práticas como meditação, arte, leitura, escrita reflexiva e diálogo aberto com pessoas de confiança também contribuem para essa jornada. Quanto mais nos ouvimos, mais nos compreendemos. E quanto mais nos compreendemos, mais livres nos tornamos para viver de forma plena e autêntica.
Então, em vez de culpar seus pais por não saberem lidar com suas emoções, lembre-se de que, na época deles, isso nem era falado. Eles fizeram o melhor que puderam com o que tinham. Agora, cabe a cada um quebrar esse ciclo e aprender aquilo que não nos foi ensinado.
Afinal, não somos responsáveis pelo que nos faltou no passado, mas somos responsáveis pelo que fazemos com isso no presente. Se queremos um mundo mais equilibrado emocionalmente, essa mudança precisa começar dentro de cada um de nós.
— Alessander Raker Stehling
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