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Máscaras Sociais: O Custo de Ser Quem Não Somos Segundo Freud e Ferenczi

Foto do escritor: Alessander Raker StehlingAlessander Raker Stehling

Qual é um dos maiores prazeres da vida? Ser quem se é. E nada deixa isso mais claro do que a sensação de alívio ao chegar em casa depois de um dia inteiro de trabalho, tendo de agir como alguém que não se é — vestindo máscaras.


Pense no Fábio, um vendedor de peças de carro. O cara passa o dia inteiro com um sorriso forçado no rosto, ouvindo clientes reclamarem do preço, fazendo piadas sem graça enquanto sua cabeça está em outro lugar. Lá está ele, fingindo interesse nas histórias dos clientes, quando, na verdade, só queria agilizar a venda. Obviamente, precisa se segurar para não mandar o cliente — ou o chefe muquirana — tomar naquele lugar. Mas engole seco. Porque os boletos não se pagam sozinhos, né?


Assim que Fábio pisa em casa, a coisa muda da água para o vinho — os sapatos voam para longe, a camisa apertada é arrancada com desespero e, no lugar do pijama, entra em cena o verdadeiro uniforme que ele queria ter usado o dia todo: uma bermuda velha que já foi azul um dia e uma camiseta com um furo estratégico na barriga. A postura elegante vai pras cucuias enquanto ele se joga no sofá, respira fundo e solta aquele palavrão com gosto. Desabafa, fala mal da empresa, dos clientes, do chefe. E, sem perceber, relaxa, fica de boa e volta a ser ele mesmo.


Mas o que acontece dentro da nossa cabeça quando passamos tanto tempo reprimindo quem realmente somos?


Freud e Sándor Ferenczi entenderam bem isso. Eles perceberam que, para manter certos impulsos reprimidos, nossa psique constrói sistemas de defesa complexos. Criamos mecanismos automáticos para esconder partes de nós que aprendemos a rejeitar ou a considerar inaceitáveis. Mas essa operação não sai de graça. Como um computador rodando um programa pesado em segundo plano, gastamos uma energia absurda apenas para não sermos quem somos.


E qual o preço disso? Ansiedade, fadiga crônica, crises de identidade. Um cansaço que não passa nem com férias, nem com energético, nem com reza brava.



No fim das contas, o maior alívio não vem de um sofá macio ou de uma camisa velha cheia de furos, mas de um lugar — ou de pessoas — onde podemos simplesmente existir sem precisar nos policiar o tempo todo. Sem medo de julgamentos, sem a necessidade de encenar. Um espaço onde rir alto, falar besteira, expressar opiniões sinceras ou até mesmo ficar em silêncio não seja um problema. Onde a gente não precise se encolher para caber.


Porque, no fim das contas, ninguém aguenta carregar o peso de ser quem não é para sempre. E quem insiste nisso… acaba sendo sufocado pela própria máscara.


— Alessander Raker Stehling

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Para manter as tendências latentes recalcadas e escondidas no inconsciente, é necessário um grande gasto de energia psíquica. Frase Sándor Ferenczi
Para manter as tendências latentes recalcadas e escondidas no inconsciente, é necessário um grande gasto de energia psíquica. Frase Sándor Ferenczi

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