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“O Amor de Muitos Esfriará” – Por Que as Relações Estão Cada Vez Mais Frias e Superficiais?

Foto do escritor: Alessander Raker StehlingAlessander Raker Stehling

Ontem, enquanto lia Mateus 24:12, deparei-me com o seguinte trecho: “A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará.” Independentemente de crenças, essa passagem reflete um sentimento cada vez mais presente: a crescente frieza nas relações humanas.


Se olharmos para a história, veremos que a humanidade nunca foi exatamente um modelo de bondade e compaixão. Guerras, perseguições, violência e egoísmo sempre marcaram nossa trajetória. No entanto, o que vivemos hoje é um fenômeno menos perceptível, mas igualmente destrutivo: um individualismo exacerbado, relações superficiais, a busca frenética pelo prazer imediato e um medo paralisante de se envolver profundamente com o outro.


Mas, voltando ao texto, fiquei pensando: o que realmente caracteriza uma pessoa amorosa?


Se há algo que o amor não combina, é com o egoísmo. Uma pessoa amorosa é aquela que se doa — que entrega de si e dos seus recursos — sem medo. Alguém que não vê o outro como um meio para satisfazer suas próprias necessidades, mas como um ser humano com quem pode compartilhar e crescer. Amar exige maturidade emocional para transcender o egoísmo e a insegurança. Exige coragem, pois significa se abrir, permitir-se sentir e se envolver, sem garantia de reciprocidade. Amar é um ato de entrega, presença e generosidade.


E aqui está o maior inimigo do amor — e talvez do próprio ser humano: o medo. Medo de se doar e não receber de volta. Medo de ser ferido. Medo de sair da zona de conforto. Esse medo cria um ciclo vicioso: para se proteger, a pessoa se fecha. Ao se fechar, se isola. Ao se isolar, se torna mais vazia. E quanto mais vazia, menos capaz de amar se torna.



Por isso, Jesus incentivou as pessoas a amarem o próximo como a si mesmas. Ou seja, antes de oferecer amor verdadeiro ao outro, é preciso possuir dentro de si aquilo que se deseja dar: maturidade emocional, autoconfiança, generosidade, coragem e entrega. Só quando há abundância interna, o amor pode transbordar de forma genuína.


Desenvolver essas qualidades exige esforço e dedicação. Mas, se olharmos ao redor, veremos um comportamento infantil e egocêntrico na maioria das pessoas: querem apenas receber, mas não dar; esperam ser compreendidas sem compreender; exigem respeito sem respeitar. Em suma, exigem tudo sem oferecer nada. Trata-se de um amor de consumo, não de compartilhamento — um amor baseado no que se recebe, não no que se é.


Essa infantilidade não se limita ao amor — ela se reflete em todas as áreas da vida. Pessoas assim não constroem, não amadurecem, não assumem responsabilidade por si mesmas e, consequentemente, pelos outros. Vivem na ilusão de que o mundo lhes deve algo, quando, na verdade, a vida apenas responde ao que cultivamos dentro de nós.


E é aqui que entra o autodesenvolvimento. Amar não é apenas um sentimento bonito — é uma competência. E, como qualquer competência, precisa ser desenvolvida com esforço, disciplina e comprometimento. O amor verdadeiro nasce de uma postura produtiva perante a vida, de um compromisso real com o crescimento pessoal. Para amar de forma genuína, é preciso aprender a lidar com frustrações, abandonar a vitimização; em outras palavras, é preciso amadurecer e se tornar tão rico internamente, ao ponto de transbordar e nutrir os outros ao seu redor — como uma macieira madura, que distribui seus frutos sem miséria ou medo de que um dia algo lhe falte.


Se o amor no mundo está esfriando, a responsabilidade de mantê-lo vivo começa dentro de cada um de nós. E, por fim, a pergunta que fica é: se o mundo refletisse exatamente o que você dá, que tipo de lugar ele seria?


— Alessander Raker Stehling

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“Quase não é necessário acentuar o fato de que a capacidade de amar depende do desenvolvimento do caráter da pessoa.” Frase Erich Fromm
“Quase não é necessário acentuar o fato de que a capacidade de amar depende do desenvolvimento do caráter da pessoa.” Frase Erich Fromm

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