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  • Foto do escritorAlessander Raker Stehling

O Papel da Agressividade no Desenvolvimento Infantil e Adulto: Um Olhar Psicanalítico

Você que é mãe, creio que já percebeu comportamentos agressivos em seus filhos bem pequenos. Quando as coisas não ocorrem como eles desejam, muitos costumam reagir impulsivamente: gritando, batendo ou caindo no chão fazendo birra. Essa dificuldade em lidar com as frustrações de suas necessidades leva a tais respostas, e isso é totalmente natural.


É de se esperar que, ao amadurecerem, os seres humanos aprendam novas formas de lidar com suas emoções, tolerando mais as frustrações, adiando a satisfação de suas necessidades ou se autorregulando emocionalmente. Contudo, a realidade é que muitos adultos permanecem imaturos emocionalmente, não indo muito além do seu aparato herdado geneticamente, mantendo padrões comportamentais infantis sem muita sofisticação. O que Freud observou, e que a psicologia moderna continua a validar, é que a força dos instintos e das paixões frequentemente sobrepõe-se aos ditames da razão.


A neurociência nos mostra que o cérebro humano, desde seus primórdios, é estruturado de maneira a reagir rapidamente ao perigo, através do sistema límbico, que inclui a amígdala, responsável por processar emoções como o medo e a raiva. Esses mecanismos são primitivos e essenciais para a sobrevivência, mas também estão na raiz das reações impulsivas. Mesmo quando somos adultos, nosso cérebro continua a ser guiado por esses impulsos instintivos. As regiões responsáveis pela autorregulação e pelo pensamento crítico, como o córtex pré-frontal, se desenvolvem mais lentamente e exigem esforço consciente para serem plenamente ativadas.



Assim, em momentos de crise ou frustração, é muito mais fácil agir conforme nossos impulsos básicos do que exercitar o autocontrole. A razão pode tentar intervir, mas, quando as paixões são intensas, ela muitas vezes é colocada de lado, como um convidado inconveniente.


É por isso que vemos, ao longo da história e no cotidiano, pessoas tomando decisões destrutivas, guiadas mais pelo desejo imediato do que pela consideração das consequências a longo prazo. A agressividade latente, a competição desmedida e a incapacidade de adiar gratificações tornam-se sementes para conflitos, desde pequenos desentendimentos até guerras globais.


A civilização, então, parece estar sempre à beira do caos, mantida de pé apenas por frágeis laços de regras sociais e convenções, que podem ser rompidos a qualquer momento por um ato impulsivo de um líder inconsequente e imaturo. A verdade trágica é que, enquanto a sociedade se esforça para nos ensinar a convivência pacífica, a natureza humana carrega dentro de si a constante ameaça de desintegração, impulsionada pelas paixões que, silenciosamente, habitam em cada um de nós e que, se não reguladas, podem nos levar ao abismo.


— Alessander Raker Stehling

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Devido à hostilidade primária entre os homens, a sociedade é permanentemente ameaçada de desintegração. [...]; paixões movidas por instintos são mais fortes que interesses ditados pela razão - Frases Freud
Devido à hostilidade primária entre os homens, a sociedade é permanentemente ameaçada de desintegração. [...]; paixões movidas por instintos são mais fortes que interesses ditados pela razão - Frases Freud

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