“Papai chegou, êêêêbaaaa!” — esse era o momento mais legal do dia. Quando meu pai chegava do trabalho, meu irmão e eu (nossa diferença é de apenas onze meses) corríamos para os braços dele. Ele se abaixava, e nós nos pendurávamos em seu pescoço. Como se o mundo lá fora simplesmente desaparecesse, meu pai nos erguia com um sorriso largo e nos apertava em um abraço que era a tradução perfeita do amor. Foi assim por mais de dez anos.
Ele sabia, com uma sabedoria que nem sempre as palavras conseguem explicar, que os momentos vividos com quem amamos são a essência da vida. Não me lembro de uma única vez em que ele tenha cruzado a porta de casa despejando sobre nós seus problemas ou contando sobre um dia ruim. Não era porque eles não existiam — claro que existiam! —, mas porque ele escolhia deixá-los lá fora.
Essa escolha mudou tudo: para mim, minha mãe e meu irmão. Para o meu pai, nossa casa era um refúgio, um lugar onde o que importava era a presença, o carinho e a conexão. Ele fazia do agora algo precioso e único.
O que mais me impressiona, olhando agora com os olhos de adulto, é como ele transformava nosso lar em um porto seguro. Não importava o que acontecesse lá fora; em casa, nos sentíamos acolhidos, protegidos, amados. Ele carregava consigo a capacidade de transformar um dia comum em algo memorável, apenas sendo ele mesmo e estando presente.
É por isso que sempre penso: por que tantas vezes permitimos que os problemas roubem o que há de mais precioso? Por que deixamos que as preocupações nos afastem das pessoas que mais amamos? Meu pai me ensinou que é possível fazer diferente. Não porque ele era perfeito, mas porque fazia escolhas inteligentes.
Se ele conseguiu, eu consigo, você consegue, nós conseguimos. Talvez isso exija esforço no início — desligar o celular, deixar os problemas no trabalho, silenciar as vozes intrusivas na mente —, mas, por experiência própria, sei que isso vale muito a pena. Isso marca profundamente.
Veja bem: o que você quer deixar para as pessoas que ama? A lembrança de um rosto tenso, distante e frio, ou a recordação de abraços calorosos, olhares apaixonados e sorrisos sinceros? A escolha é sua, e cada dia é uma nova oportunidade de fazer diferente.
Então, da próxima vez que cruzar a porta da sua casa, pergunte-se: o que posso oferecer a quem está aqui comigo agora? Talvez você até já tenha a resposta: “o melhor de mim.” E eu concordo, porque isso é, e sempre será, o maior presente que você pode dar.
— Alessander Raker Stehling
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