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Foto do escritorAlessander Raker Stehling

O Que Realmente Constrói o Amor-próprio: A Verdade sobre a Autoestima e sua Construção

“O de hoje tá pago”, “Olhe no espelho e repita: Eu sou linda, eu sou linda, eu sou linda”, “Ela aprendeu a se amar” — descrições brilhantes de fotos no Instagram, acompanhadas de selfies de biquinho, claro. As fórmulas mágicas de autoestima pipocam nas redes. Afinal, se eu não me amar, quem vai? Não posso discordar dessa lógica, mas, cá entre nós, será que o amor-próprio realmente se resume a isso? Uma frase de efeito no espelho vai mesmo desfazer anos de críticas internas?


É preciso ter uma conversa franca aqui: amor-próprio não surge assim, como quem troca de roupa. Não é questão de comprar aquele tênis da moda ou se convencer de que o cabelo está maravilhoso. Tudo isso pode até ajudar um pouco, mas não resolve o verdadeiro nó. O amor-próprio, de verdade, nasce lá atrás, quando a gente ainda mal sabia falar ou andar, mas já sabia sentir.


Pense num bebê. Ele não tem a menor ideia do que significa “amar-se”, mas sente o amor que vem dos outros — dos pais, dos cuidadores, das pessoas que estão ali para dar colo, alimento e segurança. É esse carinho, esse olhar cuidadoso que planta a semente do amor-próprio. O bebê não está preocupado se está bem na selfie (até porque nem sabe o que é uma). Ele só sabe que o calor humano o faz sentir seguro, importante, amado.



Agora, imagina quem cresceu sem isso. Quem, desde cedo, sentiu que não era visto, que suas necessidades não eram prioridade, que o amor vinha em migalhas — ou nem isso. A autoestima dessas pessoas não foi só abalada, ela foi construída sobre um alicerce frágil. O “Eu sou linda” não cola. Não adianta repetir cem vezes no espelho se, lá no fundo, a imagem que a pessoa tem de si é de alguém sem valor e importância.


Reconstruir isso, meu caro, não é moleza. Não dá para colar adesivos motivacionais em cima de uma fundação rachada. Antes de amar-se, é preciso desconstruir tudo aquilo que foi aprendido — as críticas, o desprezo, a autossabotagem. E isso dói. Requer uma dose pesada de dedicação e, muitas vezes, terapia. Amar-se, de verdade, não é um processo rápido, bonito, muito menos instagramável. É suado. É encarar de frente o que te machucou lá atrás e, aos poucos, substituir a voz que te criticava por uma que te acolhe.


Então, da próxima vez que você vir aquele coach prometendo amor-próprio em uma imersão de fim de semana, desconfie. Por mais tentador que pareça, as coisas realmente importantes não vêm de mão beijada assim. Amar-se é uma construção profunda e gradativa, uma jornada que exige mais do que likes, conselhos e frases de efeito.


— Alessander Raker Stehling

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O amor-próprio é construído a partir do amor que nos é oferecido por outros [...]  Outros devem nos amar primeiro para que comecemos a amar a nós mesmos. - Frases Zygmunt Bauman
O amor-próprio é construído a partir do amor que nos é oferecido por outros [...] Outros devem nos amar primeiro para que comecemos a amar a nós mesmos. - Frases Zygmunt Bauman

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