A hiperestimulação é um problema da modernidade.
Voltemos ao passado e imaginemos cidades grandes como Nova York, São Paulo e Tokio. Bondes e charretes puxados por cavalos eram comuns. As pessoas caminhavam pelas ruas apreciando a natureza e talvez desejando um bom dia umas às outras. Quero dizer que: As pessoas antigamente tinham menos estímulos e podiam sentir e experimentar mais intensamente as coisas.
A sociedade “evoluiu”, a tecnologia trouxe mais facilidades aos humanos, mas, consequentemente, nos hiperestimulou.
Nas grandes metrópoles há estímulos demais: sons de carros em movimento, pessoas andando, buzinas, sirenes, pessoas gritando, vendedores nas ruas, jingles nas lojas... Somados a isso temos luzes, cores, placas, poluição....
Muitos estão tão adaptados à hiperestimulação moderna que precisam “viver no 220”. Andam sempre com fones de ouvidos, ligam a TV logo ao chegarem em casa, utilizam o celular demasiadamente, precisam ver gente nos bares, e nos fins de semana buscam o barulho das boates ou a adrenalina dos esportes mais radicais. Resumindo: Para terem a sensação de que estão vivos, precisam da vida super agitada.
Como um ser humano consegue suportar tudo isso? Todos nós sabemos a resposta. Eles se dessensibilizam. Fecham-se para os estímulos: param de ouvir os ruídos, reparar nos sons, no rosto das pessoas, nas cores etc.
A grande maioria nem percebe que, essa inundação de estímulos, de movimento, os leva a perda gradual do sentido de si mesmos, do contato com sua essência humana. O ritmo é frenético demais: “não tenho tempo”, “estou ocupado”, “tô agarrado”, “preciso correr”...
Mas pagamos um preço alto por toda essa adaptação à estressante vida moderna: a construção de barreiras aos estímulos. Para funcionarmos no ritmo de máquinas, temos de nos tornar máquinas, o que significa negar nossos sentimentos e agir friamente, ou seja, apenas racionalmente diante da realidade caótica e alucinante.
Pisar no freio para apreciar a família, os amigos, a natureza, ou principalmente, ter contato com o próprio íntimo e sentimentos, que tal? Para grande maioria isso está fora de cogitação.
— Alessander Raker Stehling
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