Qual é a data do seu nascimento? Desde antes de você vir ao mundo, já havia uma expectativa no ar. Sua mãe provavelmente pensava se você seria menina ou menino, qual seria a cor dos seus olhos, se teria o nariz dela ou as orelhas do pai. E, quando você finalmente nasceu, essas perguntas só mudaram de forma: “Será que herdou o gênio da avó?” “Vai seguir a carreira do pai?” Ou até algo mais sutil: “Será tímido como a tia?”
Essas expectativas, que parecem tão inofensivas, são as primeiras vozes que começam a moldar quem achamos que devemos ser. A escola entra em cena logo depois, com professores e colegas impondo rótulos: o “inteligente”, o “bagunceiro”, o “tímido”. Depois, há a religião, com suas crenças, regras e normas, dizendo o que é certo ou errado. E, claro, não podemos esquecer a sociedade, com sua avalanche de expectativas: ter uma boa carreira, ser financeiramente bem-sucedido, construir uma família tradicional, entre tantas outras coisas.
Você já parou para pensar nisso? Desde cedo, somos condicionados a viver para agradar os outros, a buscar aprovação em cada olhar, em cada gesto alheio. Tudo o que buscamos parece estar sempre lá fora — a validação, os recursos, as respostas. Ninguém nos ensina a olhar para dentro, a nos perguntar o que realmente queremos. Em vez de descobrir nossos próprios sonhos, desejos e talentos, nos tornamos especialistas em atender as expectativas que nos cercam.
O problema é que, com o passar do tempo, você pode perder de vista a pessoa mais importante nessa história: você mesmo. O que realmente te move? O que faz o seu coração acelerar? Quais são as suas próprias vontades, livres da influência dos outros? Você já pensou nisso ou está à deriva, seguindo as ondas que outros criaram?
Passamos grande parte da nossa vida buscando fora aquilo que deveríamos encontrar dentro. Nos preocupamos tanto com o que os outros pensam que esquecemos de olhar para nós mesmos, de lançar aquele olhar inteligente sobre a nossa própria existência; o nosso verdadeiro ponto de partida deveria ser esse, de dentro para fora, e não de fora para dentro.
Então, a pergunta que fica é: quando você nasceu de verdade? Não o dia em que seu nome foi registrado em um papel, mas o dia em que olhou para dentro e finalmente se perguntou: Quem sou eu?
Esse é o seu verdadeiro nascimento. E ele pode acontecer agora.
— Alessander Raker Stehling
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