Quem assistiu à Branca de Neve se lembra da icônica frase da Rainha Má: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?” E o espelho, só para dar aquela cutucada na ferida, soltou a bomba: “Sim, e o nome dela é Branca de Neve.”
Pronto. Bastou essa resposta para a rainha pirar o cabeção e decidir assassinar a garota. Em vez de aceitar a beleza da jovem donzela ou se concentrar em tudo o que possuía — afinal, ela era uma rainha poderosa —, deixou-se dominar pela inveja, e a solução encontrada foi eliminar a concorrência. Afinal, para um invejoso, se ele não pode ser o melhor, ninguém pode.
A inveja é uma das primeiras emoções humanas. Se duvida, passe alguns minutos observando um bebê. Ele pode estar rodeado de brinquedos incríveis, mas basta outro bebê pegar qualquer coisa — mesmo um pedaço de pano sujo e fedorento — para que ele imediatamente queira aquilo. Desde cedo, a gente aprende a olhar para o que o outro tem e sentir que, de alguma forma, aquilo deveria ser nosso. O problema é que, se não resolvemos essa questão na infância, carregamos isso para a vida adulta, onde as consequências são muito mais desastrosas.
Ah, na vida adulta a coisa é bem pior. Visualize a cena: a pessoa vê um colega de trabalho sendo promovido e, em vez de se inspirar, sente um ódio visceral e começa a arquitetar formas de desmoralizá-lo — quem já passou por isso? Ou então aquele fofoqueiro que vê um casal de amigos feliz e decide espalhar boatos sobre traições inexistentes — é de fo#$. A inveja adulta não tem maçãs envenenadas, mas tem fake news, sabotagem e aquele clássico “não estou falando mal, só estou comentando”.
O mais curioso é que o invejoso não quer exatamente o que o outro tem — ele só não suporta que o outro tenha. Em vez de usar a admiração como combustível para crescer, prefere puxar o tapete dos outros. A inveja é uma emoção muito perigosa, pois quem a sente nunca se satisfaz. Está sempre olhando para a grama verdinha do vizinho, sem perceber que, talvez, bastasse regar o próprio jardim.
Diferente da admiração, que impulsiona, a inveja paralisa. Ela consome energia, destrói relações e impede o crescimento. A verdade é que o invejoso sofre. Sofre porque está eternamente preso em um ciclo de comparação e ressentimento. Em vez de olhar para si e melhorar sua própria vida, está ocupado demais cuidando da vida dos outros.
E o remédio? Autoconhecimento, gratidão e maturidade. Aprender a reconhecer os próprios talentos, desenvolver a autoestima e entender que sempre haverá alguém mais bonito, mais inteligente ou mais bem-sucedido. E está tudo bem! O mundo não é uma competição onde precisamos ser os melhores o tempo todo. Em vez de perguntar ao espelho se somos os mais belos, talvez devêssemos perguntar: “Espelho, espelho meu, como posso ser a melhor versão de mim?”
Mudando de assunto, tava caraminholando aqui: olha as ideias da Rainha Má, pedindo validação de um espelho encantado... Onde já se viu isso?! Se bem que tem um monte de gente fazendo o mesmo com o celular…
Pelo menos a Rainha conversava com um espelho mágico. Hoje, a gente briga com fake, dá valor a like de desconhecidos e posta um montão de fotos em busca de validação. Quem é mais carente? Melhor deixar isso pra lá…
No fim das contas, a Rainha deveria ter investido em terapia em vez de feitiçaria. Teria descoberto que o problema não era a Branca de Neve, mas a própria carência afetiva — e isso, meu amigo, não se resolve com maçã envenenada nem com selfie bem editada.
— Alessander Raker Stehling
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