Quantas peças de roupas, sapatos, livros, perfumes, etc. você tem? Provavelmente muitos, creio eu. Vivemos em uma sociedade que constantemente nos incita a adquirir mais, a acumular posses, a buscar incessantemente a satisfação dos nossos desejos. No entanto, o filósofo Arthur Schopenhauer nos lembra que essa busca incessante pela posse e pela realização dos nossos desejos nos conduz a um ciclo interminável de insatisfação e tédio.
A frase de Schopenhauer — que abre este post — encapsula a complexidade da condição humana: a ânsia de ter está sempre presente, impulsionando-nos a buscar mais, a alcançar novos objetivos, a adquirir novas experiências. No entanto, uma vez que alcançamos aquilo que desejamos, muitas vezes nos deparamos com um vazio, um tédio que se instala quando percebemos que a posse daquilo que tanto almejamos não nos traz a felicidade duradoura que esperávamos.
Este ciclo de ânsia e tédio é especialmente evidente na sociedade de consumo em que vivemos. Somos constantemente bombardeados com mensagens publicitárias que nos prometem felicidade e realização através da aquisição de determinados produtos ou do alcance de determinados objetivos. No entanto, uma vez que conseguimos o que queremos, logo nos vemos em busca de algo novo para preencher o vazio deixado pela realização do desejo anterior.
O problema dos desejos excessivos vai além do simples fato de nos deixar insatisfeitos. A busca incessante pela posse de bens materiais muitas vezes nos afasta do que realmente importa na vida: os relacionamentos, as experiências significativas, o desenvolvimento pessoal. Além disso, o consumismo desenfreado tem sérias consequências para o meio ambiente, contribuindo para a exploração de recursos naturais e para a geração de resíduos que prejudicam o nosso planeta — que já está no limiar de um infarto.
Diante desse cenário, como podemos encontrar uma saída deste ciclo de ânsia e tédio? Uma possível solução está em buscar a felicidade além da posse de bens materiais, cultivando valores como a gratidão, a generosidade e o desapego. Em vez de buscar a felicidade na aquisição de novos objetos, podemos encontrar satisfação em experiências simples, como passar tempo com amigos e familiares, praticar hobbies ou apreciar a natureza.
Além disso, é importante desenvolver uma consciência crítica em relação ao consumismo e questionar constantemente nossos próprios desejos e motivações. Ao nos tornarmos mais conscientes das armadilhas do consumismo, podemos tomar decisões mais conscientes e alinhadas com nossos verdadeiros valores e aspirações.
Em suma, a vida é, de fato, uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir. No entanto, ao reconhecermos os limites deste ciclo e buscarmos uma abordagem mais consciente e equilibrada em relação aos nossos desejos, podemos encontrar um caminho para uma vida mais plena e satisfatória, baseada em valores e experiências que verdadeiramente enriquecem nossa alma.
"Se algum desejo seu não for atendido, não se surpreenda. Nós chamamos isso de vida." Anna Freud
— Alessander Raker Stehling
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