Schopenhauer disse que “é uma grande tolice perder internamente para ganhar externamente.” Isso é o que mais vemos em nossa sociedade. Pessoas sacrificando sua paz, seu tempo livre e sua independência em busca de luxo, posição, honrarias e status. A busca incessante por bens materiais e reconhecimento externo parece ser a principal motivação de muitos, levando-os a negligenciar aquilo que realmente importa: o bem-estar interior e a autenticidade de ser quem são.
Por exemplo, consideremos o profissional que se dedica integralmente ao trabalho, acumulando horas extras e deixando de lado sua família para alcançar seus objetivos profissionais. A promoção vem, o aumento de salário também, mas a que custo? As noites mal dormidas, o estresse contínuo e a sensação de vazio que se instala são evidências de que o ganho externo veio à custa de uma perda interna significativa. Ele talvez tenha conquistado o respeito e a admiração dos colegas, mas perdeu momentos preciosos com os filhos e a parceira, sem contar o sacrifício da sua paz de interior que advém do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Outro exemplo é a pessoa que se endivida para adquirir bens de luxo. Carros caros, roupas de marca, aparelhos eletrônicos de última geração — tudo para projetar uma imagem de sucesso e prosperidade. No entanto, as dívidas se acumulam, gerando uma ansiedade constante e uma prisão financeira que limita sua liberdade. O status alcançado entre os amigos e colegas pode ser temporário, mas a perda da tranquilidade financeira e a liberdade de escolha podem ter consequências duradouras.
Há também aqueles que buscam incessantemente as honrarias acadêmicas ou sociais. Gastam anos de suas vidas em busca de títulos e reconhecimento, muitas vezes guiados pela pressão social ou pelas expectativas familiares. Eles podem obter diplomas pomposos e posições de destaque, mas, frequentemente, perdem a capacidade de desfrutar do aprendizado pelo simples prazer de conhecer. Muitos não têm prazer em seus estudos e trabalhos, mas insistem nisso por uma necessidade externa de validação.
A sociedade moderna muitas vezes nos empurra para essa corrida sem fim por realizações externas, deixando-nos cegos para a importância da paz interior e da liberdade.
No fim, Schopenhauer estava certo: é uma grande tolice, uma imensa estupidez trocar nossa paz interior por ilusões de grandeza, status e honrarias. Vivemos em uma sociedade doente, onde vendemos nossas almas por símbolos de sucesso que não alimentam nosso espírito e nos deixam vazios e insatisfeitos. Que loucura é essa de buscar validação externa enquanto destruímos nosso ser? Despertemos, antes que seja tarde demais, e rejeitemos essa corrida insana. A verdadeira vitória está em preservar nossa integridade, em ser fiéis a nós mesmos, em encontrar alegria na simplicidade e liberdade no desapego. Porque, no fim das contas, perder internamente para ganhar externamente é a maior e mais lamentável de todas as tolices.
“Que vantagem há em ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida? E o que daria o homem em troca de sua vida?” Mateus 16:26
— Alessander Raker Stehling
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