Quer saber quão pouco as pessoas realmente vivem? Pense no quanto elas imploram por mais tempo! Velhos já abatidos pela vida suplicam por uns poucos anos extras, como se isso pudesse mudar algo. Tentam esconder a idade, mentem para si mesmos, como se enganar o espelho fosse também enganar o destino. Mas, quando a saúde dá sinais de alerta, quando o corpo começa a ceder, o medo da morte os toma por completo — não saem da vida como quem a encerra, mas como quem é arrancado dela à força. É aí que gritam, arrependidos: “Como fui tolo! Não vivi de verdade!”. Prometem que, se escaparem dessa, farão tudo diferente, se afastarão das preocupações inúteis e finalmente viverão.
Mas é só então que percebem: acumularam coisas que nunca aproveitaram, gastaram tempo e esforço em metas vazias, e agora tudo parece inútil.
Por outro lado, quem vive sem distrações inúteis, quem conduz a vida com propósito, vê o tempo vivido com satisfação — mesmo que os dias sejam curtos, eles são plenos. Não há horas roubadas, nem momentos perdidos em futilidades. Tudo é vivido com sentido. E é por isso que, quando chega o último dia, o sábio não teme. Ele caminha para a morte com serenidade, pois sabe que viveu tudo o que a vida podia oferecer.
— Alessander Raker Stehling
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